Nas últimas duas semanas, o acumulado semanal de mortes provocadas pelo coronavírus por 100 mil habitantes parou de cair e entrou em situação de estabilidade no Rio Grande do Sul.
Essa taxa, que chegou a ser de 18,6 no início de abril, vinha em tendência de declínio até a primeira quinzena de agosto, mas, desde então, interrompeu essa queda e passou a oscilar entre 1,6 e 1,8 (veja detalhes no gráfico abaixo). Isso representa, arredondando os números para cima, duas mortes por coronavírus a cada semana para cada grupo de 100 mil moradores do Estado.
— A pandemia continua caindo no Brasil quando analisamos a quantidade de novos casos, mas, no Rio Grande do Sul, já se percebe uma pequena tendência de estabilização no registro de novos óbitos — observa o médico e professor de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Alexandre Zavascki.
Uma das possíveis explicações para isso pode estar em outro indicador: o de novas hospitalizações por coronavírus. Em um período bastante similar à interrupção na tendência de queda nos óbitos, o registro de novas internações em leitos clínicos e de UTI também se estabilizou.
Esse número, que já chegou a mais de 5 mil hospitalizações semanais na metade de março, está em menos de 600 neste mês, mas, nas últimas duas semanas, geralmente vem oscilando entre 600 e 700. Como uma fração dos casos de covid-19 que precisam de atendimento médico acaba resultando em morte, os dois índices costumam estar relacionados.
A variante Delta, que passou a circular no Estado, também pode estar por trás de uma parte dos novos registros de vítimas. Essa cepa passou a responder neste mês por cerca de 18% das amostras analisadas de coronavírus, e segue em tendência de crescimento sobre a Gama, que ainda predomina no país.
Mas, em termos nacionais, o atual cenário gaúcho ainda é razoável. O Estado apresenta um número acumulado de novas contaminações semanais por 100 mil habitantes abaixo da média nacional (65 contra 80, levando-se em conta os sete dias anteriores a esta terça-feira, 31), da mesma forma que o acumulado semanal de novos óbitos por 100 mil – 1,7, em comparação a 2,25.