Uma projeção feita pelo Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia da Covid-19, vinculado ao governo estadual, indica que o Rio Grande do Sul caminha para o predomínio da variante Delta – mais transmissível – sobre a Gama (antiga P.1, de Manaus), atualmente mais comum no Estado.
A projeção foi apresentada em reunião na tarde desta quinta-feira (12) ao Comitê Científico pela estatística em Epidemiologia Suzi Camey, que também é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A suspeita surgiu diante da tendência de leve aumento no número de casos e hospitalizações no Estado e da ocorrência de surtos de covid-19 em hospitais e municípios gaúchos.
— Infelizmente, neste momento, parecemos estar vivendo um cenário de Delta. Isso explica por que pararam de cair as internações e vemos um leve crescimento delas — relata Suzi.
A “vantagem” do Brasil, no que diz respeito à Delta, é que a variante surgiu primeiro no Hemisfério Norte, o que fez com que a recomendação, por aqui, se mantivesse pelo uso de máscaras, ao contrário, por exemplo, de alguns países europeus.
— Aqui, insistimos que deveria se continuar a usar a máscara, e as pessoas aparentemente abraçaram essa ideia. Ainda que tenhamos uma mobilidade de pessoas muito maior neste momento, com índices semelhantes ao período pré-pandemia, vimos a queda nos casos e nas hospitalizações. Então, esperamos que a Delta mude o cenário, mas que não tenhamos um aumento tão acelerado como o observado na Europa e nos Estados Unidos — pontua a estatística.
Nos últimos dias, o Comitê Científico tem recomendado o reforço dos protocolos sanitários nas fronteiras, assim como sejam fortemente estimuladas medidas como fiscalização de ambientes públicos e o uso de máscaras. Com a confirmação da disseminação da variante Delta nas projeções, a indicação é de não reduzir o distanciamento entre as pessoas. Nos últimos dias, o governo do Estado acenou com flexibilizações dos protocolos em instituições de ensino, casas noturnas e em eventos, entre outros.