Se não houver atrasos nos repasses previstos pelas farmacêuticas e caso seja mantido o ritmo de envio de vacinas contra covid-19 verificado no mês passado, o Rio Grande do Sul receberá 2,34 milhões das 41 milhões de doses confirmadas para o Brasil em julho, segundo projeção de GZH com base em cronograma do Ministério da Saúde.
O total é muito próximo ao de junho. No mês passado, o Rio Grande do Sul recebeu 2,32 milhões de doses, o equivalente a 5,71% da distribuição nacional – desse total, aplicou 1.767.280 milhão, 21,5% a mais do que em maio. O restante foi reservado para a segunda injeção.
Das 41 milhões de doses a serem distribuídas no país em julho, 16 milhões serão da AstraZeneca – 12 milhões do acordo com o laboratório sueco-inglês e 4 milhões repassadas pelo Covax Facility, convênio organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para distribuir vacinas a países em desenvolvimento.
Outras 15 milhões serão doses da Pfizer, vacina que, no segundo semestre, será o carro-chefe da campanha, como adiantado por GZH. O cronograma aponta ainda 10 milhões de unidades da CoronaVac.
Desde janeiro, o Rio Grande do Sul recebeu 8,82 milhões de doses e aplicou 7 milhões. Até o início da tarde desta terça-feira (6), quase 44% da população gaúcha havia recebido a primeira dose e cerca de 17%, a segunda.
A estimativa de especialistas é de que a imunidade coletiva seja atingida com 70% da população em esquema vacinal completo. Hoje, o Rio Grande do Sul é o segundo Estado que mais aplicou o esquema completo na população, atrás do Mato Grosso do Sul, segundo dados do Portal Covid-19 Brasil.
Entre as explicações para o bom desempenho do RS estão a decisão de não guardar a segunda dose durante alguns meses – como resultado, mais pessoas foram vacinadas em meio ao auge da pandemia de fevereiro e março, mas houve atraso na aplicação da segunda dose da CoronaVac – e a experiência de anos de gestores e servidores com a campanha da vacina da gripe em invernos rigorosos.
Adultos vacinados até 20 de setembro
Com os novos acordos fechados pelo governo Jair Bolsonaro no primeiro semestre do ano, após pressão diante da lentidão na condução das tratativas, a segunda metade de 2021 promete um ritmo mais veloz na campanha de vacinação. No total, o ano deve fechar com 608 milhões de vacinas no Brasil.
A previsão de maior repasse levou o governador Eduardo Leite (PSDB) a anunciar que todos os 8,95 milhões de gaúchos acima dos 18 anos estarão vacinados pelo menos com a primeira dose até 20 de setembro.
A promessa é conservadora e deve ser cumprida antes, tendo em vista que agosto e setembro devem ser dois meses com maior quantidade de doses no país: 7,6 milhões, ante 4,67 milhões entre junho e julho.
Em junho, o Rio Grande do Sul aplicou uma média de 48.805 primeiras doses por dia. Caso fosse mantido este ritmo, que deve ser intensificado a partir de agosto, o Estado vacinaria todos os 8,95 milhões de habitantes com a primeira dose em 25 de setembro.
Há, ainda, a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de liberar a aplicação da vacina da Pfizer para adolescentes a partir dos 12 anos, o que ajudaria a atingir a imunidade coletiva, quando cerca de 70% da população está protegida contra o vírus.