O Ministério da Saúde, comandado pelo ministro Marcelo Queiroga, estuda a possibilidade de alterar o intervalo entre as doses das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer aplicadas no Brasil. Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (26), a pasta disse que o tema segue em análise. Ainda conforme o Ministério, a medida visa a acompanhar a evolução das diferentes variantes da covid-19 no território nacional.
Na manhã desta segunda-feira, Queiroga afirmou à Folha de S.Paulo que é "muito provável" que a pasta anuncie a redução do intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina da Pfizer no Brasil. Segundo o jornal, as doses sofreriam uma redução do tempo de intervalo de três meses para 21 dias.
Na coletiva de imprensa realizada à tarde, a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério, Rosana Leite de Melo, voltou a afirmar que a medida está sendo avaliada. Segundo ela, a orientação atual é que o maior número de pessoas possa estar vacinada com a primeira dose, justamente para barrar a circulação da Delta. Quando houver mais imunizantes disponíveis, a redução do intervalo da Pfizer poderá ser admitida.
— Hoje, o que nos preocupa muito é a variante Delta. Nós já temos 98 países onde ela se encontra. Aqui no Brasil, ainda prepondera a P.1. Os estudos demonstram que qualquer que seja a vacina presente no nosso país, ela protege as formas graves. Então nosso norteador é vacinar o máximo possível com primeira dose. Provavelmente, no próximo mês, com a perspectiva de vacinas que chegarão, pensaremos em reduzir esse intervalo. Está em análise por conta da quantidade de vacinas que temos hoje e a preocupação com a variante Delta. Por isso, orientamos que se faça o maior número possível de primeiras aplicações — disse a secretária.
Segundo o jornal O Globo, em conversa com jornalistas também durante a tarde, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que havia a confirmação da redução do intervalo entre doses da Pfizer. No entanto, o Ministério emitiu uma nota dizendo que "acompanha a evolução das diferentes variantes do SARS-CoV-2 no território nacional e está atento a possibilidade de alterações no intervalo recomendado entre doses das vacinas covid-19 em uso no Brasil. O tema segue em análise pela Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis".
O intervalo de 21 dias está previsto na bula do imunizante da Pfizer. No entanto, o período de três meses foi adotado pelo Ministério como estratégia para imunizar um maior número de pessoas com a primeira dose.
O Ministério da Saúde também reforçou a importância de se completar o esquema vacinal contra a covid-19 com as duas doses dos imunizantes. Segundo a pasta, só assim o "caráter pandêmico da doença" será "superado".