Após três semanas de completado o esquema vacinal contra a covid-19 com os imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca, os níveis de anticorpos contra a doença começam a cair, indicou o estudo Virus Watch, do Reino Unido. Essa redução se mantém até a décima semana após a segunda dose, porém, em graus diferentes, a depender das condições de saúde prévias do paciente, revelou um artigo publicado no periódico The Lancet.
No texto, os pesquisadores, apontam que os níveis chegaram a ser reduzidos em cerca de cinco vezes com a AstraZeneca e aproximadamente duas com a vacina da Pfizer. Essa tendência, afirmaram, seguiu consistente quando os resultados foram analisados por sexo, idade e vulnerabilidade clínica – pessoas transplantadas, com câncer ou síndrome de Down, por exemplo.
Com os dois imunizantes, na comparação com os homens, as mulheres tiveram níveis mais altos de anticorpos entre 21 e 42 dias após a segunda dose. Elas também tinham um número maior nos 70 dias após a vacinação. Da mesma maneira, pessoas entre 18 e 64 anos apresentaram proteção maior quando comparadas com aquelas de 65 anos ou mais. Mesmo assim, destacam os pesquisadores, a proteção gerada por células poderia compensar, até certo ponto, a diminuição das respostas dos anticorpos.
Os autores ainda argumentam que com níveis mais elevados de anticorpos, maior é a proteção contra as variantes, que poderiam escapar da imunidade. Por esta razão, a vacina da Pfizer teria apresentado, ainda que de forma preliminar, maior eficácia contra a variante Delta, originária na Índia.
Apesar das recentes discussões sobre uma dose de reforço, os autores, da University College London, destacam que os países ricos devem ter cuidado ao adotarem uma terceira dose, especialmente nesse cenário de distribuição desigual dos imunizantes entre as nações.