O governo do Rio Grande do Sul ampliou nesta segunda-feira (14) as cobranças diretas aos prefeitos de sete regiões do Estado para que eles adotem imediatamente medidas mais efetivas para conter a pandemia de coronavírus. Os prefeitos das regiões de Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Erechim e Palmeira das Missões ouviram do governo do Estado que as medidas aplicadas até aqui não são suficientes e que eles devem intensificar as restrições.
As quatro regiões estão em alerta — nível máximo de risco do atual sistema 3As de gestão da pandemia. As zonas de Cachoeira do Sul, Cruz Alta e Palmeira das Missões entraram em alerta entre 18 e 20 de maio e estão prestes a completar um mês em cenário crítico. Erechim entrou em alerta uma semana depois, em 26 de maio.
O prefeito Valoir Chapuis, de Coqueiros do Sul, que representa parte dos municípios da Região de Cruz Alta, admite que a estratégia adotada até o momento foi insuficiente. Por isso, um novo plano de ação está sendo preparado, mas sem contemplar o fechamento de atividades econômicas.
— Estamos montando um novo plano pra os próximos dias, com metas para duas semanas. Estamos cogitando restringir o horário noturno de funcionamento de algumas atividades. Nossas ações, até o momento, não estão surtindo efeito. Nós esperávamos ter queda já de 15% de hospitalizações, mas elas caíram cerca de 3%. O hospital de Carazinho opera acima da capacidade ao longo dos últimos 30 dias — apontou Chapuis.
Na região de Erechim, a reunião com o Estado foi seguida de um segundo encontro, fechado, entre os prefeitos envolvidos. Paulo Alfredo Polis, prefeito de Erechim e representante dos municípios da região, diz que a decisão já tomada é pelo fechamento de espaços ao ar livre, como parques e praças, além de santuários religiosos. Os gestores também já decidiram proibir a permanência em conveniências de postos de combustíveis e fechar salões comunitários.
— Os indicadores estão estabilizados em alta e isso não resolve, tem de baixar. Se nos próximos dias não melhorar, teremos de fechar tudo, incluindo comércio e serviços — avalia Polis.
Na última sexta-feira (11), o governo já havia demandado medidas mais efetivas para as regiões de Passo Fundo, Santa Rosa e Ijuí. Além das sete regiões alvo de cobrança, também estão em nível máximo de risco as zonas de Uruguaiana, Santa Maria, Pelotas, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e Bagé.
Como essas regiões já atingiram o nível máximo de risco do sistema 3As, se o governo do Estado avaliar que as medidas dos prefeitos são insuficientes, poderá aplicar a chamada intervenção. Neste caso, ao considerar a região incapaz de lidar com o agravamento da pandemia, o Palácio Piratini retoma o controle sanitário e decide as regras que precisam ser obrigatoriamente adotadas na zona sob intervenção.
Veja as datas em que cada região entrou em alerta
- Região de Cachoeira do Sul — em alerta desde 18/5/2021
- Região de Passo Fundo — em alerta desde 18/5/2021
- Região de Santo Ângelo — em alerta desde 18/5/2021
- Região de Cruz Alta — em alerta desde 18/5/2021
- Região de Ijuí — em alerta desde 18/5/2021
- Região de Uruguaiana — em alerta desde 20/5/2021
- Região de Santa Rosa — em alerta desde 20/5/2021
- Região de Palmeira das Missões — em alerta desde 20/5/2021
- Região de Erechim — em alerta desde 26/5/2021
- Região de Santa Maria — em alerta desde 26/5/2021
- Região de Pelotas — em alerta desde 26/5/2021
- Região de Caxias do Sul — em alerta desde 26/5/2021
- Região de Santa Cruz do Sul — em alerta desde 2/6/2021
- Região de Bagé — em alerta desde 9/6/2021