Mesmo com a vacinação dos idosos, Fernanda Varela, médica infectologista pediátrica do Hospital Moinhos de Vento (HMV), adverte que é imprescindível manter cuidados como distanciamento, uso de máscara e higiene das mãos.
— Obviamente, o risco de os avós ficarem doentes reduz de forma expressiva com a vacinação, mas não é uma garantia. Tanto a criança quanto os avós podem ser transmissores ou serem infectados. Temos muitas variantes circulando e ainda seguimos em um momento de alto contágio comunitário — justifica.
Por isso, a especialista recomenda que pessoas que não tenham convívio familiar diário mantenham o uso de máscara e o distanciamento durante os encontros.
Maria Cristina Cachapuz Berleze, chefe do Serviço de Geriatria do Hospital São Lucas (HSL) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) acrescenta que o convívio deve ser retomado, porém, só deve acontecer quando as crianças estiverem sem nenhum sintoma gripal.
— O mais importante é avaliar a condição clínica da criança. Se ela estiver com sintomas respiratórios ou febre, pode ser coronavírus. Portanto, o ideal é não manter o contato direto com os avós, mesmo que vacinados. Crianças saudáveis e sem sintomas e avós vacinados não precisam restrições — afirma.
Abaixo, veja esclarecimentos sobre algumas dúvidas relacionadas ao assunto:
Após a vacinação, quando os avós podem rever os netos?
Fernanda explica que a pessoa vacinada precisa aguardar 15 dias após completar o esquema vacinal para ser considerada imunizada. Ainda assim, destaca a médica, vacinação completa não é garantia de imunidade.
Há risco para as crianças?
Sim. A médica do HMV diz que as crianças também podem se infectar com o coronavírus e ficar doentes. Geralmente, elas têm quadros mais leves, no entanto, há, sim, casos mais graves da pediatria.
O convívio entre imunizados e crianças criaria escapes para variantes?
Sim, diz Fernanda. Ela explica que as variantes vão se formando durante a infecção ativa e, como ainda seguimos em um momento epidemiológico com altas taxas de transmissão, a persistência da transmissão comunitária cria escapes e aumenta as chances de formação de novas variantes.
Qual é o tempo de quarentena indicado atualmente?
São 10 dias após o início dos sintomas para quem está com infecção e de 14 dias para aqueles que tiveram contato com alguém infectado.
Avós podem beijar ou abraçar os netos?
Maria Cristina reforça que se deve observar os cuidados que já se têm no convívio com outras pessoas, como evitar os beijos e os contatos muito próximos.