O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta quarta-feira (26) que o governo federal vai assinar na próxima semana um contrato de encomenda tecnológica com a farmacêutica inglesa AstraZeneca. O acordo vai possibilitar que o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), material necessário para a produção da vacina contra a covid-19, seja fabricado no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Neste mês, a Fiocruz chegou a estipular o início da produção nacional de IFA, mas o processo acabou sendo adiado. Agora, segundo o ministro, a assinatura do contrato deve ocorrer na próxima terça-feira (1°), em solenidade que contará com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Para Queiroga, a ação vai possibilitar o incremento no ritmo de vacinação no país.
— Com as articulações realizadas pelo Ministério da Saúde será possível, com o empenho de todos, vacinar a população brasileira acima de 18 anos até o final de 2021. Essa é a nossa esperança, esse é o nosso compromisso — disse o ministro durante audiência conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.
Aos deputados, o ministro ressaltou que o país tem contratadas, até 2022, cerca de 600 milhões de doses de vacinas. Até o momento, foram distribuídas pouco mais de 90 milhões de doses aos Estados e municípios, das quais 30 milhões, em maio.
Queiroga também foi questionado sobre a quantidade de vacinas para junho. De acordo com a assessoria do Ministério da Saúde, devem ser entregues 41,9 milhões de doses, 12 milhões a menos do que a previsão inicial.
Serão 20,9 milhões de doses da AstraZeneca, 12 milhões da Pfizer, 4 milhões do imunizante da AstraZeneca obtidos via consórcio Covax Facility e 5 milhões de doses da CoronaVac. Segundo Queiroga, a redução na previsão ocorreu em razão da falta de insumos.
— Estamos tentando ainda antecipar dois lotes de IFA da AstraZeneca, previstos para o dia 20 de junho. Se conseguirmos, acredito que vamos voltar para o número inicialmente previsto de doses para junho — afirmou.
Programa nacional de testagem
Queiroga disse ainda que o ministério vai começar a adotar uma estratégia de ampliação do número de testes aplicados na população. Segundo ele, a pasta lança nesta quinta-feira (27) um programa nacional de testagem em massa com o objetivo de chegar a 20 milhões de brasileiros mensalmente.
A medida visa, entre outros pontos, rastrear uma possível transmissão comunitária da variante indiana do coronavírus. A presença da nova cepa, a B.1.617.2, foi confirmada no país na quinta-feira (20), quando seis casos foram detectados entre 24 tripulantes do navio MV Shandong Da Zhi, que está em isolamento no Maranhão.
Segundo Queiroga, os testes devem ser aplicados em pessoas sintomáticas nas unidades básicas de saúde (UBSs) e também nas que apresentem sintomas iniciais, em locais pré-definidos, como portos, aeroportos e rodoviárias.
— Vamos lançar amanhã uma grande campanha de testagem porque hoje é possível, graças ao avanço da tecnologia, ter testes de antígenos rápidos que, em 15 minutos, nos dão o resultado de positividade ou não. Quem testar positivo já vai logo para o isolamento — disse.