Prefeitos da região sul do Estado estão debatendo a possibilidade de medidas mais restritivas nos próximos dias após o aparecimento de variantes do coronavírus em Pelotas. Uma reunião organizada pela Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) foi realizada no último final de semana e novos encontros sobre o tema devem ocorrer nos próximos dias.
Uma ideia foi sugerida por dois epidemiologistas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel): o fechamento geral das atividades comerciais essenciais e não essenciais por 15 dias. A medida ainda está sendo avaliada, mas deve ser descartada pelos prefeitos. De acordo com o vice-presidente da Azonasul e prefeito do Chuí, Marco Antônio Barbosa, a medida não seria adequada para o momento.
— Não acredito que seja tomada essa medida de um lockdown por 15 dias. Tivemos o fechamento das atividades já recentemente e teremos novamente apenas se o governo do Estado determinar — afirmou Barbosa.
Um estudo genômico das variantes do coronavírus que circulam no Rio Grande do Sul detectou pela primeira vez no Estado a cepa que surgiu no Reino Unido — chamada de B.1.1.7. Segundo a pesquisa, publicada nesta sexta-feira (16) pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a variante foi registrada em Pelotas, em coleta realizada em 25 de fevereiro. O paciente não tem histórico de viagem, nem as pessoas com quem teve contato.
Segundo os boletins epidemiológicos da prefeitura de Pelotas, o mês de março foi o que mais registrou mortes causadas pela covid-19. O município tem atualmente 644 mortes. Deste número, 118 foram registradas apenas no mês. A secretaria municipal de Saúde não descarta que as mortes possam ter relação com a variante encontrada no final de fevereiro na cidade.