A sinalização de que o Instituto Butantan poderia interromper a produção de vacinas em função da falta de insumo farmacêutico ativo (IFA), divulgada na noite de quarta-feira (7) pela CNN Brasil, surpreendeu prefeituras e governos de Estados brasileiros, que contam com o recebimento de doses do imunizante CoronaVac para o cumprimento do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira (8), o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, João Gabbardo, disse que também ficou surpreso com a notícia, e informou que o recebimento dos ingredientes está previsto para a próxima quinta-feira (15).
— Confesso que fiquei surpreso também ontem (quarta) à noite com a notícia. O governo do Estado monitora o recebimento dessas remessas, e estava previsto o recebimento no aeroporto ontem, mas o avião não saiu da China. Houve comunicação de que atrasaria em torno de uma semana. Está previsto para a próxima semana, mas é só isso que temos até o momento, um atraso pontual, de que sairia ontem e vai sair na próxima quinta-feira. Sai da China quinta, chega aqui na sexta. O que ocorrerá é que, durante alguns dias, vamos ficar na expectativa de novos insumos para refazer o processo de produção — afirmou Gabbardo.
Em nota divulgada a GZH na noite de quarta-feira (7), o instituto confirmou que todo o IFA, a matéria-prima da vacina enviada pela China, já havia sido utilizado e não havia mais nada para ser envasado. O Butantan garantiu que vai finalizar, até 30 de abril, a entrega de 46 milhões de doses relativas ao primeiro contrato firmado com o Ministério da Saúde.
De acordo com Gabbardo, não há indicação de que possam ocorrer outros atrasos. Ele também afirmou, na mesma linha do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga – que também foi entrevistado pela Rádio Gaúcha na manhã desta quinta –, que "não há dúvidas de que, por parte do Instituto Butantan, o cronograma (de vacinação) será cumprido".
— Estamos cumprindo rigorosamente. Houve um atraso na primeira entrega, por problemas diplomáticos, o que foi resolvido. As remessas têm sido entregues no prazo, tanto que os 46 milhões de doses que o Ministério da Saúde está recebendo quase que está antecipado em 30 dias — afirmou.