Responsável pela vacina CoronaVac no Brasil, o Instituto Butantan, de São Paulo, negou que tenha suspendido a produção do imunizante, como informado pela CNN Brasil. No entanto, em nota divulgada a GZH na noite desta quarta-feira (7), confirmou que todo o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), a matéria-prima da vacina enviada pela China, já havia sido utilizado e não havia mais nada para ser envasado.
Na GloboNews, o diretor do instituto, Dimas Covas, disse que houve um atraso no envio de um lote na China. Programada para chegar na quinta-feira (8), a carga deve tocar o solo brasileiro somente na próxima semana. A suspensão no envase teria ocorrido há dez dias, segundo ele.
O percalço, no entanto, não modifica o cronograma de entregas da vacina, segundo o Butantan. Na nota enviada a GZH, o instituto garantiu que vai finalizar, até 30 de abril, a entrega de 46 milhões de doses relativas ao primeiro contrato firmado com o Ministério da Saúde. O Butantan garantiu que a nova remessa de matéria-prima permitirá cumprir com o total de doses previsto nesse primeiro contrato.
Em entrevista concedida ao jornal Valor na segunda-feira (5), o diretor do Butantan, Dimas Covas, informou que a produção da CoronaVac deve cair por causa da campanha contra a gripe, cujas vacinas também são produzidas pelo instituto. Dimas disse que, em março, foram entregues cerca de 22 milhões de doses do imunizante contra a covid-19, mas que a produção iria baixar para 10 milhões em abril - e parte dessa quantia depende da nova carga de IFA.
Dimas também falou sobre o segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde, que prevê a entrega de mais 54 milhões de doses da CoronaVac. Na entrevista, ele disse que a programação alinhada com a chinesa Sinovac para a nova entrega de IFA foi de acordo com a disponibilidade do ingrediente, "mas que a demanda pela vacina é muito grande e na hora que o contrato foi assinado o que havia disponível de matéria-prima dava para fazer esse cronograma" - e citou a grande pressão que a China está sofrendo pela demanda da vacina no próprio país.
Em nota encaminhada a GZH na noite dessa quarta, o Butantan informou que cerca de 2,5 milhões de doses da CoronaVac estão prontas, apenas aguardando inspeção de controle de qualidade, e que devem ser entregues na próxima semana ao governo federal. Questionada, a assessoria de imprensa do instituto não respondeu a respeito das doses previstas para o segundo contrato, e voltou a dizer que "não houve suspensão da produção".
Veja nota do Butantan:
"O Instituto Butantan esclarece que não interrompeu a produção da vacina contra o novo coronavírus.
Todas as doses provenientes do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) recebido da China já foram envasadas.
Neste momento, cerca de 2,5 milhões de vacinas encontram-se em processo de inspeção de controle de qualidade - parte integrante do processo produtivo - para serem entregues na semana que vem ao Programa Nacional de Imunizações.
Desde janeiro o Butantan já entregou 38,2 milhões de doses da vacina ao país.
Com uma nova remessa de IFA, prevista para a próxima semana, será possível integralizar todas as 46 milhões de doses referentes ao primeiro contrato com o Ministério da Saúde até o dia 30 de abril."