A partir da aprovação unânime do projeto que define como essencial a atividade física no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira (16), a expectativa de profissionais de Educação Física é ampliar, do ponto de vista legal, a oferta de locais para a prática de exercícios, mesmo no período com os piores índices da pandemia no Estado. O entendimento é que, se o texto for sancionado pelo governador Eduardo Leite, academias poderiam ser mantidas abertas, mesmo em bandeira preta, a partir de protocolos sanitários específicos para a situação.
A proposta aprovada foi apresentada pela deputada Fran Somensi (Republicanos), a partir de pedido da categoria. Ela defende que manter locais destinados a treinamentos individuais abertos traz benefícios à saúde e não acredita que a ação possa levar à ampliação dos riscos de contágio do coronavírus.
— Ouvimos muitos educadores físicos, construímos com o governo do Estado. Não foi algo somente com o que as pessoas querem ouvir — comenta.
Em decreto estadual publicado no último sábado (13), o governo liberou o funcionamento das academias, mas apenas “para clientes com recomendação específica expedida por profissional da saúde, observados os protocolos sanitários”.
Em ofício encaminhado em fevereiro ao Piratini, o Comitê Estadual de Educação Física do RS (Comef-RS) defendeu a retomada das academias, com restrições adequadas às regras da bandeira vigente, como forma de atenuar problemas de saúde ligados ao sedentarismo e à saúde mental.
No documento, a entidade afirma que “não há quaisquer evidências de que os locais destinados à prática de condicionamento físico, quando da implementação dos protocolos de segurança vigentes, sejam responsáveis pela disseminação do novo coronavírus”
Entre os pontos defendidos no ofício, está o pedido para a autorização de funcionamento das academias em períodos mais restritivos com atendimento liberado a um aluno a cada 32m², acompanhado por um profissional de Educação Física. Secretária do Comitê, Carla Pretto menciona que, com a sanção do projeto aprovado na Assembleia, a possibilidade de receber alunos terá que ser mantida, pelo caráter essencial que o texto define para as atividades, mas as regras seguirão sendo definidas pelo Estado.
— Se nós conseguirmos a sanção da lei, seremos considerados essenciais dentro do decreto estadual. Isso faz com que as regras de funcionamento não permitam o fechamento do estabelecimento. Não pode fechar, mas pode ser restringido. A regra vai ter que mudar — comenta.
Procurado pela reportagem, a Casa Civil do governo gaúcho não se manifestou. A expectativa é que o posicionamento, incluindo novas regras para o setor, seja divulgado após a eventual sanção da proposta pelo governador Eduardo Leite.