Pelo menos duas lojas Havan mantiveram as portas abertas no Rio Grande do Sul neste sábado (27), primeiro dia de vigência das regras da bandeira preta em todo o território gaúcho para combater a pandemia de coronavírus.
Em Gravataí, entre 16h e 16h30min, cerca de 40 veículos estavam no estacionamento da loja, com movimentação constante de clientes entrando e saindo do prédio, incluindo idosos.
Ao tomar conhecimento de que a loja estava aberta, o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, argumentou que a Havan tem a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) como vendedora de produtos essenciais, sendo considerada como um supermercado. Pelas regras da bandeira preta, os mercados podem ficar abertos até as 20h.
— Já tivemos uma denúncia parecida durante a pandemia. Na época, encaminhamos uma equipe da Guarda Municipal até o local que orientou a direção da loja a isolar toda a parte que não comercializa produtos essenciais. Desta vez, daremos a mesma orientação. A loja não pode comercializar neste momento produtos não essenciais — afirmou.
Das pessoas que circulavam pelo estacionamento da loja, como constatou a reportagem, a maior parte delas não carregava gêneros alimentícios nas sacolas de compras.
Por volta das 17h30min, uma equipe da Guarda Municipal esteve na Havan de Gravataí e, segundo o prefeito, constatou que os clientes estavam apenas comprando produtos essenciais.
— Estavam cumprindo todos os protocolos, mas deixaremos a Guarda Municipal no local até as 20h — afirmou à reportagem.
Em Capão da Canoa, a primeira Havan no litoral gaúcho também manteve as portas abertas neste sábado. O secretário municipal da Fazenda e coordenador da operação de fiscalização, Luciano Flores, informou que a loja tem como atividade principal o chamado Supermercado II, com venda de produtos essenciais nas áreas da construção civil e agropecuária.
Flores afirmou que, na manhã deste domingo (28), antes da abertura da loja, irá com uma equipe de fiscalização ao local para conferir se os produtos essenciais são a atividade predominante no local. Caso não se confirme, a filial não terá autorização para abrir. O secretário explicou que preferiu fiscalizar antes da abertura das portas para não prejudicar o estabelecimento e os clientes.
A reportagem encaminhou aos três e-mails disponíveis da assessoria de imprensa da Havan solicitação de respostas. Porém, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno.
Em dezembro do ano passado, quando Pelotas aplicou medidas restritivas de combate à pandemia, o dono das lojas Havan, Luciano Hang, participou de uma manifestação em frente à prefeitura contra o fechamento do comércio. Na saída da cidade, já no aeroporto, ele foi multado pela Guarda Municipal.