As aguardadas doses iniciais da vacina contra a covid-19 devem começar a ser distribuídas aos Estados a partir das 7h desta segunda-feira (18), segundo o Ministério da Saúde, para que a campanha nacional de imunização tenha início às 10h de quarta-feira (20). A informação veio em coletiva de imprensa da pasta logo após a aprovação, por unanimidade, do uso emergencial das vacinas de Oxford/AstraZeneca e CoronaVac.
A divisão dos primeiros lotes dos 6 milhões de doses da CoronaVac deverá levar em conta, além do critério populacional, uma “taxa de risco” destinada a amenizar a situação de regiões do país que se encontram em situação epidemiológica mais grave.
— Determinamos que houvesse uma taxa de risco colocada na distribuição para um Estado com mais risco ter mais entrega, e outro com menos risco ter a quantidade necessária para começar o trabalho. É uma coisa variável, que pode ir mudando ao longo do tempo — declarou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em entrevista coletiva concedida logo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceder autorização de uso emergencial para a CoronaVac e a vacina de Oxford.
Pazuello informou que os números detalhados de quantas doses serão remetidas inicialmente para cada local do país poderiam ser divulgados ainda no domingo pelo governo federal.
Outras 2 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca dependem de uma autorização de envio do governo da Índia, onde foram fabricadas. O Ministério da Saúde informou que espera ter uma definição sobre esse assunto no começo da semana.
O governo brasileiro manifestou também preocupação com obstáculos encontrados na China para o envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) necessário para o Instituto Oswaldo Cruz começar a produzir o imunizante de Oxford em solo nacional. Uma opção, não confirmada, seria importar outros 2 milhões de imunizantes já prontos para compensar a demora.
Pazuello fez ainda duras críticas ao governador paulista, João Dória, que, poucos minutos antes, havia promovido a vacinação da primeira pessoa após aprovação emergencial da Anvisa.
— Poderíamos, num ato simbólico ou numa jogada de marketing, iniciar a primeira dose em uma pessoa, mas, em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará isso.
O ministro disse ainda que a União custeou via SUS o desenvolvimento da CoronaVac, o que foi rebatido logo depois na coletiva concedida por Dória:
— Não teve dinheiro federal. Diga a verdade, ministro.