No ano marcado pela pandemia do coronavírus, o Estado atingiu uma marca negativa relacionada à dengue que não era alcançada desde 2010. O Rio Grande do Sul teve o maior número de casos da doença contraídos no próprio território gaúcho nos últimos 10 anos.
Segundo relatório da Secretaria Estadual da Saúde (SES), foram 3.323 pacientes infectados pelo vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Outras 290 pessoas foram contaminadas fora do Estado - os chamados "casos importados".
Além disso, seis pessoas morreram em razão da dengue no RS em 2020: três em Santo Cristo e duas em Santo Ângelo, no Noroeste, e uma em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo.
A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Cynthia Molina Bastos, afirma que o aumento dos casos de dengue no RS acompanha a elevação geral no Brasil. Conforme Cynthia, o avanço da doença tem relação com o relaxamento da sociedade com cuidados básicos, como remover a água de recipientes, e o momento de atenção especial à Covid-19.
— Assim como se nega a Covid, tem pessoas que negam o mosquito — diz a médica. — Eu espero que a vacina saia logo pra dar mais destaque para isso (a dengue).
A diretora do CEVS destaca que as equipes seguem trabalhando durante a pandemia, mas há maior dificuldade de sensibilizar a população para a importância de combater o mosquito.
— Aumentando dengue, vem outras doenças acompanhadas, como febre amarela — alerta a médica.
Os principais sintomas da dengue são dor muscular, dor de cabeça, febre, vermelhidão no corpo e coceira. Especialistas indicam que pacientes com suspeita de doença devem procurar assistência médica.