O laboratório indiano Bharat Biotech informou nesta terça-feira (12) que assinou acordo com a distribuidora brasileira Precisa Medicamentos para trazer ao Brasil a Covaxin. O imunizante contra a covid-19 está em fase 3 de estudos na Índia.
Segundo nota do laboratório, a prioridade será o fornecimento ao setor público no Brasil. A estimativa de quantas doses podem ser entregues ao país e em qual prazo depende de contratos e aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), diz a Bharat Biotech.
O Ministério da Saúde aponta a Covaxin na lista de imunizantes que podem ser comprados para o Sistema Único de Saúde (SUS) para a campanha contra a covid-19.
"Em princípio, foi estabelecido entre ambas as partes que o fornecimento da Covaxin deve ser priorizado para o setor público de saúde brasileiro, por meio de uma contratação direta pelo governo federal. As vacinas para o mercado privado chegariam após a autorização da Anvisa para a venda do imunizante no país", afirma nota da empresa indiana.
Ainda não há pedido de registro ou uso emergencial da Covaxin feito à Anvisa. A Bharat Biotech também discute realizar estudos de fase 3 no Brasil — a Anvisa só aceita pedidos de uso emergencial de vacinas que têm estes ensaios em andamento no país.
No começo de janeiro, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informou que o setor negocia a compra de 5 milhões de doses desta vacina. O produto obteve no último dia 2 recomendação de uso emergencial na Índia, mas os dados sobre a sua eficácia ainda são desconhecidos.
O laboratório indiano afirma que se comprometeu a vender ao governo federal parte da sua produção, caso haja um contrato e aprovação pela Anvisa.
"Também existe a intenção de fornecer a vacina ao mercado privado, para atender principalmente empresas que necessitem imunizar seus colaboradores para, com isso, garantir o acesso a um número maior de brasileiros e permitir retomada mais rápida e segura da plena atividade econômica", afirma a empresa.
A Covaxin é aplicada em duas doses. O laboratório indiano afirma ter capacidade de produzir 300 milhões de doses anuais.
O Ministério da Saúde afirma que a rede privada também terá de seguir a ordem de prioridade para vacinação estabelecida pelo plano nacional de imunização contra a covid-19. "Os grupos prioritários, propostos pelo Ministério da Saúde em parceria com Conass e Conasems, devem, a princípio, ser obedecidos mesmo que haja integração de clínicas particulares de vacinação ao processo de imunização", disse o ministério em nota no último dia 4 de janeiro.