Coordenador executivo do Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo, João Gabbardo dos Reis avaliou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (8), a eficácia da vacina contra a covid-19 do Instituto Butantan em parceria com a Sinovac, a CoronaVac. O imunizante tem taxa de eficácia de 78% em casos leves e de 100% em casos graves e moderados, conforme anunciou o governo paulista na última quinta-feira (7).
Para Gabbardo, que já foi secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de Luiz Henrique Mandetta, e ex-secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, a vacina do Butantan hoje é a melhor alternativa na mira do Brasil, capaz de aliviar a pressão sobre o sistema de saúde. Na última quinta-feira-feira, o país atingiu a marca de 200 mil mortos pela covid-19.
— Se direcionarmos agora a vacina para pessoas que têm maior risco, que são idosos, a expectativa é de que a gente possa rapidamente começar a diminuir os casos graves, internações e óbitos. A transmissibilidade ainda vai depender do uso de máscara, da não aglomeração. Mas vamos atacar esses casos que acabam levando pacientes a hospitais — explica Gabbardo.
Os números detalhados do estudo final com voluntários devem ser entregues ainda nesta sexta-feira à Anvisa para que se concretize formalmente o pedido de uso emergencial da CoronaVac, segundo Gabbardo. Duas reuniões foram realizadas na quinta-feira junto ao órgão regulador brasileiro, que se referiu aos encontros como "reunião de pré-submissão". A expectativa do governo de SP é de que a taxa de eficácia do estudo global, que é entregue após análise de um comitê internacional, seja positiva:
— Quando comparamos com outras vacinas que são utilizadas, mesmo a da gripe, é bem elevada (a taxa de eficácia). E não é 78%. É 78% é para casos leves. Deve sair hoje, a Anvisa está solicitando, deve sair um número global de eficácia, que vai envolver todos os pacientes, os que tiveram casos graves. O número está sendo analisado hoje, mas eu imagino que se para casos leves foi em 78%, ela deve ficar entre 78% e 100% quando consideramos todos os casos.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou na quinta-feira (7) que o contrato com o Instituto Butantan prevê a compra de 100 milhões de doses da vacina CoronaVac — o número equivale a todo o estoque do instituto.