Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, coordenador executivo do Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo, João Gabbardo dos Reis falou nesta quarta-feira (20) sobre os próximos passos do Instituto Butantan no processo de fabricação da CoronaVac. Segundo ele, a expectativa é de que todas as etapas da vacina sejam realizadas no Brasil até o fim do semestre.
— Vamos aprender com eles (a empresa chinesa) como se produz. Isso deve ocorrer no Butantan no final deste semestre. A partir daí, não dependeremos mais da importação desse produto. Isso vai ser feito aqui no Brasil. Essa transferência de tecnologia ocorre desde o início, é um processo mais demorado, exige uma aprendizagem dessa nova tecnologia — afirmou Gabbardo.
Para se tornar autossustentável, o Butantan deve ser responsável pela produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA). Hoje o Insituto Butantan, que tem matéria-prima suficiente para produzir a CoronaVac somente em janeiro, recebe este material pronto da China.
A matéria prima encontra-se retida na China em meio a embates com o governo Bolsonaro. O repasse de mais IFA já foi liberado pela Sinovac, mas a carga ainda não saiu porque falta o aval do governo chinês. O governo de São Paulo espera receber na semana que vem ingredientes suficientes para produzir 5,5 milhões de doses da CoronaVac – o que se somaria às 6 milhões em distribuição nesta semana pelo Brasil.
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