Ignoradas por muitas pessoas e lidas com atenção até nas minúcias por tantas outras, as bulas contêm informações técnicas e instruções fundamentais sobre os medicamentos. As vacinas contra a covid-19 que acabam de ser aprovadas para uso emergencial no país também têm as suas, disponibilizadas no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Há duas versões das bulas da CoronaVac, parceria da chinesa Sinovac com o Instituto Butantan (SP), e da Covidshield, mais conhecida como vacina de Oxford, resultado da união de recursos e esforços entre a universidade inglesa e a farmacêutica AstraZeneca, que será produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os textos, separadamente, são dirigidos a profissionais de saúde e a pacientes.
Ambos os fabricantes alertam sobre gestação e período de amamentação. “Estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas ou lactantes”, afirma o Butantan.
A Fiocruz é mais incisiva: “Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe o seu profissional de saúde se você estiver grávida, amamentando, pensando em engravidar ou planejando ter um bebê. Há dados limitados sobre o uso da vacina em mulheres grávidas ou que estejam amamentando. Seu profissional de saúde discutirá com você se você pode receber a vacina”.
Silvana Furquim, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul (CRF/RS), ressalta que as informações mais importantes das bulas se referem a via de administração correta, conservação, armazenamento, reações adversas descritas e possíveis, precauções necessárias durante o uso ou antes, contraindicações, interações com outros medicamentos e telefones para contato com o fabricante em caso de dúvidas.
— O paciente tem o direito de receber um exemplar da bula do produto administrado — orienta Silvana.
Como se costuma proceder com quaisquer medicações injetáveis, é preciso observar o eventual surgimento de inchaço, vermelhidão ou coceira no local da aplicação, adverte a farmacêutica, além das demais reações possíveis previstas.
— Se ocorrer, o paciente precisa relatar ao serviço que aplicou a vacina, ao farmacêutico da farmácia de sua confiança ou ao seu médico. Esses profissionais devem analisar a situação e, se necessário, notificar o Sistema Único de Saúde (SUS) — explica a presidente do CRF/RS.
Confira, abaixo, a íntegra dos textos das bulas dos dois imunizantes atualmente em uso no Brasil.