A estratégia de imunização contra a covid-19 no País foi tema de reunião entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (5) O chefe do Executivo esteve nesta tarde na sede da pasta em visita técnica para atualizações sobre o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. Ele também foi informado sobre as negociações de compra de imunizantes e as expectativas de aquisição de seringas e agulhas.
O governo fez uma requisição de estoques excedentes de agulhas e seringas na indústria nacional. Após uma tentativa frustrada de adquirir os itens no último dia 29, o governo espera a entrega de 30 milhões de unidades em janeiro. Além da requisição dos estoques, o governo federal também restringiu a exportação dos produtos e deve retirar impostos para a importação.
O Ministério da Saúde se prepara para iniciar a imunização em 20 de janeiro com a chegada de doses prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, oriundas da Índia. O imunizante será importado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que para tal estima custo total de R$ 56 milhões. O início da campanha depende ainda da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Representantes da Fiocruz se reuniram com membros da agência reguladora nesta terça-feira (5) mas o laboratório ainda não solicitou a permissão. A previsão é apresentar o pedido até o fim desta semana. Em meio às pressões pela falta de um calendário de vacinação, o Ministério da Saúde espera, no melhor dos cenários, iniciar ainda neste mês uma vez que a Anvisa autorize o uso da vacina.
De acordo com a pasta, na reunião de hoje Bolsonaro também foi atualizado sobre "informações de casos confirmados da covid-19 no Brasil em comparação com outros países, assim como óbitos causados por essa doença categorizados por regiões do território nacional, idade, presença de comorbidades e curvas epidemiológicas ao longo do período de 2020".
Na visita desta tarde, Bolsonaro estava acompanhado do ministro Fábio Faria, das Comunicações, do advogado-geral da União, José Levi, e do ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. Mais cedo, o Itamaraty afirmou que não há proibição do governo da Índia para a importação de doses da vacina da AstraZeneca. Segundo a pasta, a negociação para importação está em "estágio avançado".