A segunda injeção da vacina contra a covid-19, desenvolvida pelos laboratórios Pfizer e BioNTech, pode ser adiada por várias semanas em "circunstâncias excepcionais", avaliaram especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (5).
O Grupo Consultivo de Especialistas Estratégicos em vacinação "recomenda a administração das duas doses desta vacina em um período de 21 a 28 dias", declarou, em entrevista coletiva, seu presidente, o mexicano Alejandro Cravioto.
Mas indicou que era possível adiar a segunda injeção por várias semanas, "em circunstâncias excepcionais de contextos epidemiológicos e problemas de abastecimento".
Isto permitirá "maximizar o número de pessoas que se beneficiam de uma primeira dose", explicou.
Nesta coletiva, Kate O'Brien, diretora do departamento de imunização e vacinas da OMS, advertiu que o prazo não poderia ser superior a seis semanas.
O anúncio dos especialistas da OMS ocorre depois que o laboratório BioNTech advertiu que a máxima eficácia da sua vacina contra a covid-19 não estava demonstrada sem a aplicação da segunda injeção, uma estratégia contemplada por vários países para poder imunizar mais pessoas.
"A eficácia e a segurança da vacina não foram avaliadas para outros calendários de doses além das duas injeções com o intervalo de 21 dias, aplicadas durante o teste clínico", explicou a empresa alemã.
Diante das reservas limitadas do produto, a Dinamarca anunciou na segunda-feira (4) que vai espaçar em seis semanas as duas doses. No Reino Unido, que autorizou a vacina no início de dezembro, o governo decidiu separar as duas injeções em 12 semanas.
— Desta maneira, poderemos vacinar mais pessoas a partir de agora — explicou o diretor da Agência Nacional de Saúde dinamarquesa, Søren Brostrøm.
Ele afirmou que a análise é baseada na documentação apresentada pelos laboratórios, que indica uma segunda dose recebida "entre 19 e 42 dias" após a primeira.
Na Alemanha, o Ministério da Saúde pediu às autoridades que avaliem as opções para espaçar as doses.