Em entrevista ao programa Timeline nesta quinta-feira (24), durante expediente interno Palácio Piratini, o governador Eduardo Leite falou sobre a expectativa de imunizar a população gaúcha contra a covid-19. Para o chefe do executivo estadual, que voltou a sinalizar confiança no Ministério da Saúde, o caminho não é de "disputa entre Estados e municípios".
— Tivemos uma série de reuniões para garantir que haja disponibilização pelo ministério da Saúde. Não faz sentido que o Brasil tenha um programa nacional de vacinação, que faz campanhas e ajudou a erradicar doenças, não faz sentido agora passarmos a fazer uma disputa entre Estados e municípios para vacinar a população — avaliou o governador.
Apesar da confiança em Brasília, Leite já firmou convênio para comprar diretamente a CoronaVac, a vacina produzida no Instituto Butantan, em São Paulo, com a companhia chinesa SinoVac. Os estudos clínicos de fase 3 do imunizante foram concluídos e revelaram que o imunizante é seguro e eficaz no combate à covid-19. O Estado, no entanto, não tem previsão de comprar o imunizante.
— Se não houver (disponibilidade de vacinas por parte do ministério), já fizemos contato com o Instituto Butantan para manifestar o nosso interesse e devemos assinar um protocolo quanto a isso. Mas isso é em função das tantas manifestações que aconteceram, mas eu acredito que o ministério vai fazer e temos toda a segurança para acreditar nisso —enfatizou.
Para além do governo do Estado, prefeitos gaúchos também firmaram acordo com o Butantan. A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e a Associação de Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) foram até São Paulo para assinar, no último dia 10, outro convênio para comprar a CoronaVac.
Não há uma estimativa de data para o início da imunização por parte do ministério da Saúde. O governo condicionou o cronograma de vacinação ao aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aos imunizantes. Chefe da pasta, o ministro Eduardo Pazuello já deu declarações sobre o início da vacinação em "meados de fevereiro" e entre "dezembro e março", ainda sem uma data concreta.