O presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde desta terça-feira (15) que dará "sinal verde" para a compra de qualquer vacina contra a covid-19, inclusive a CoronaVac, que for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, da Band TV, o chefe do Executivo reforçou que não tomará a vacina. Ele sugeriu, sem indicar fontes ou dados, que quem tomar o imunizante pode ser infectado de novo se não repetir a vacina dentro de três ou quatro anos.
— Seja qual for (a vacina), passou pela Anvisa eu sou sinal verde para o Ministério da Saúde comprar e botar em prática — disse, ao ser indagado se ocompraria a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan e a chinesa Sinovac.
Ele também defendeu a não obrigatoriedade de se tomar o imunizante no país:
— Você tomando a vacina daqui três, quatro anos você vai ter que tomá-la de novo, caso contrário vai ser infectado. Nunca fugi da verdade, eu digo: eu não vou tomar a vacina e ponto final. Se alguém acha que a minha vida está em risco o problema é meu e ponto final.
Apesar disso, Bolsonaro afirmou que não é contra o imunizante e voltou a defender a tratamento preventivo da doença, com medicamentos sem eficácia comprovada, como a hidroxicloroquina.
— Eu, Jair Bolsonaro, não sou contra a vacina, mas sou plenamente favorável a esse tratamento preventivo que nós temos no Brasil — reforçou.
Bolsonaro citou que, no seu entender, o Brasil já quase atingiu a imunidade de rebanho. Ele atribui a recente alta de casos e mortes pela covid-19 a um relaxamento pós-eleições:
— Ou seja, daqui para frente é o final da pandemia. Os números subiram um pouco agora, sim, subiram, até porque durante o finalzinho da campanha o povo ficou bastante à vontade e quem estava em casa cansou de ficar em casa e foi para a rua.
O presidente voltou a repetir que economia e saúde precisam andar "de mãos dadas". Ele fez ainda um apelo para governadores e prefeitos para que "não fechem tudo".
— Se fizer outro lockdown, outro fechamento no Brasil, nós em Brasília não vamos aguentar. O auxílio emergencial, quando era R$ 600, custava para todos os brasileiros o endividamento de quase R$ 50 bilhões por mês — disse.