Dados da universidade britânica Imperial College voltaram a sinalizar uma aceleração da pandemia da covid-19 no Brasil. De acordo com relatório divulgado pela instituição nesta terça-feira (24), o índice que mede o ritmo de transmissão (Rt) da doença no país passou de 1,1 no dia 16 de novembro para 1,3 nesta semana.
Essa é a maior taxa desde maio no Brasil, quando o Rt atingiu o mesmo patamar. De acordo com os números atuais do índice, um grupo de cem pessoas infectadas transmite o vírus para outras 130.
Pelas margens do Imperial College, o Rt brasileiro pode variar de 0,86 até 1,45. Quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa. Isso representa o avanço da doença. Para a epidemia em um país ser considerada controlada, a taxa de transmissão precisa estar abaixo de 1.
Há duas semanas, o número ficou em 0,68, o menor valor desde abril. A data coincide com o atraso na atualização de casos e mortes por covid-19 pelo Ministério da Saúde. Problemas técnicos atrasaram o registro de novos casos e mortes.
A pasta reconheceu na sexta-feira (13), indícios de um ataque cibernético em seu sistema, mas ainda não há laudo conclusivo. Como o estudo considera esses dados, as estimativas também foram afetadas. A taxa de contágio retrata uma média nacional, sem abordar as particularidades de cada estado ou região.
Segundo levantamento feito por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de saúde, desde segunda-feira (23) foram registrados mais 17.585 casos e 344 mortes. A média móvel diária de mortes causadas pelo coronavírus no Brasil ficou em 496. O cálculo registra as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana.
O último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na noite na última segunda-feira, aponta 302 novas mortes por coronavírus, elevando o total de óbitos causados pela covid-19 para 169.485. Já o total de contaminados desde o início da pandemia, segundo a pasta, é de 6.087.608.