A prefeitura de Canoas, na Região Metropolitana, fará nesta sexta-feira uma requisição para intervir, por 60 dias, na administração do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG). A decisão foi tomada em reunião no final da tarde de quinta-feira (22). O prefeito Luiz Carlos Busato comunicou oficialmente o hospital na tarde desta sexta-feira e vai enviar um comunicado ao Ministério Público.
A medida é uma resposta ao ofício enviado na terça-feira (20) pelo hospital informando sobre o fechamento da emergência por 30 dias. O HNSG é uma instituição privada que tem atendimento compartilhado via SUS (80%) e convênios/particulares (20%).
Em nota, o prefeito Luiz Carlos Busato lamentou a crise do HNSG:
“Infelizmente, pessoas mal-intencionadas querem tirar proveito político em cima da dor de quem precisa de atendimento. Não vamos ficar de braços cruzados, faremos o que for preciso para manter a ordem e preservar vidas. Essa intervenção é para o Gracinha não fechar as portas”, afirma.
Em 2019, a prefeitura de Canoas havia solicitado, junto ao Ministério Público Estadual, a troca da gestão do HNSG – que até então era administrado pela Associação Beneficente de Canoas (ABC), que também é mantenedora da instituição. Em fevereiro do mesmo ano, a administração passou para a Associação Beneficente São Miguel (ABSM), mas a crise financeira não foi evitada e em setembro de 2020 as duas associações assinaram um acordo para que a gestão voltasse para a ABC a partir do ano que vem.
Ainda em setembro, as dificuldades financeiras associadas à maior demanda em razão da pandemia levou o Hospital Nossa Senhora das Graças a adiar cirurgias por falta de insumos. O HNSG é referência do SUS para 180 municípios da região.
A reportagem tentou contato com presidência da Associação Beneficente de Canoas, mantenedora do HNSG, e aguarda resposta.