As Unidades de Terapia Intensiva (UTIS) de Porto Alegre estavam nesta sexta-feira (9), até as 15h, com 240 pacientes com coronavírus. A taxa é a menor desde 14 de julho, quando havia 238 pessoas em tratamento intensivo por causa da doença.
Em relação a quinta-feira (8), são 14 pacientes a menos, queda de 5,5%. Já se compararmos com a sexta-feira passada (2), quando tinham 260 pessoas internadas, a taxa caiu 7,69%.
O doutor em Epidemiologia e professor da UFRGS Paulo Petry classifica como animadora a redução gradativa e consistente da taxa de ocupação de UTIs por pacientes com covid-19.
— Isso, no panorama geral, reflete a menor circulação do vírus. Nós temos tido incidência menor, consequentemente as internações estão caindo. E também, por via de consequência, a mortalidade também diminuindo, o que é uma notícia bastante boa — avalia Petry, ao ressaltar que a população deve continuar colaborando, porque a circulação do vírus diminuiu, mas ele não desapareceu.
Média móvel cai pela quinta semana consecutiva
Se analisarmos a média móvel — variável recomendada por especialistas para analisar o andamento da pandemia de forma mais precisa — a redução da taxa de UTI é de 7,02%. Essa é a quinta semana consecutiva com queda nesse indicador.
Esse cálculo compara os últimos sete dias com o período imediatamente anterior. A média de pacientes internados, na semana entre 3 e 9 de outubro, ficou em 255,14. Nos sete dias anteriores, de 26 de setembro a 2 de outubro, era de 274,42.
Taxa geral de ocupação
A taxa geral de ocupação, incluindo pacientes internados por outras doenças, está em 86,48%. São 665 pacientes para 776 leitos (há sete leitos bloqueados). O Hospital Moinhos de Vento é o único com 100% dos leitos de UTI ocupados. Hospitais referência no combate à covid-19, estão com taxa de ocupação estável, mas elevada:Clínicas (90,37%), Conceição (96,67%) e Santa Casa (74,38%).
— Da mesma forma que nós ficamos satisfeitos com a diminuição de casos novos e que precisem de UTI, nós devemos lembrar que as nossas taxas de ocupação permanecem elevadas. E ao mesmo tempo nós temos que atender outros tipos de pacientes com doenças graves que necessitam também de leitos de UTI. E as atividades vêm sendo retomadas na sociedade e nos cuidados com a saúde — alerta Fabiano Nagel, chefe da unidade médica de gestão de paciente crítico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Ele destaca ainda a importância da manutenção das proteções sanitárias para evitar novo aumento de casos, como o que ocorre na Europa.