Em meio aos esforços para conter o avanço do coronavírus, o número de casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti segue subindo no Rio Grande do Sul. Foram confirmados novos pacientes diagnosticados com dengue, zika e febre chikungunya.
O boletim mais recente divulgado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde contabiliza dados até 15 de agosto. Conforme o levantamento, o número de casos de dengue subiu de 3.533 para 3.549 em relação ao anterior – os boletins são divulgados quinzenalmente. O ano de 2020, inclusive, já ultrapassou o ano de 2010, que até então tinha o maior número de registros da doença.
Do total de confirmados em 2020, 3.266 são autóctones, o que significa que a doença foi contraída em solo gaúcho. Seis óbitos foram confirmados: três em Santo Cristo, dois em Santo Ângelo e um em Venâncio Aires. Desde 2015 o Estado não registrava mortes pela doença.
A maioria dos pacientes relatou dor no corpo, dor de cabeça e febre. Parte deles também apresentou exantema (manchas vermelhas no corpo), dor nas costas e náuseas, entre outros sintomas.
A especialista em saúde responsável pelo programa das Arboviroses do Estado, Catia Favreto, afirma que a maior parte dos casos foi registrada até o início de maio – depois disso, a curva começou a baixar. Mesmo assim, a situação preocupa:
— A população acabou se preocupando muito com a pandemia e se esqueceu dos cuidados básicos que deve ter na própria casa. É importante fazer limpezas regulares e evitar água parada, onde o mosquito se prolifera. Na região Noroeste, inclusive, há um hábito de armazenamento de água para enfrentar o período de seca, então é possível que isso tenha relação, porque os recipientes não são lacrados perfeitamente.
Além disso, a mudança no clima também pode ter relação com o aumento do número de casos:
— Provavelmente, o mosquito Aedes aegypti já está mais adaptado ao nosso inverno, porque não temos mais um longo período de frio, mas altos e baixos, com temperaturas variando. Até então, vínhamos com picos altos em alguns anos, mas, em 2020, houve um aumento muito significativo.
Em relação à febre chikungunya, o número de casos aumentou de sete para nove. Todos são considerados importados.
O número de pacientes com zika vírus também subiu, de 21 para 25. Do total, 24 são autóctones, confirmados em moradores de Santa Maria e de Três Passos.