Uma mulher de 70 anos morreu vítima de dengue em Santo Ângelo, na Região das Missões. A confirmação foi feita pela Secretaria Estadual da Saúde na tarde desta sexta-feira (3). O Rio Grande do Sul não registrava óbitos pela doença desde 2015.
O secretário municipal de Saúde de Santo Ângelo, Luís Carlos Antunes Cavalheiro, informou que a mulher procurou atendimento médico no dia 21 de março. Ela apresentava quadro de febre, dor de cabeça e dores em músculos. A idosa foi internada após exame de sangue apresentar plaquetas baixas, o que agravaria o risco da doença.
No dia 27 de março, a paciente morreu no Hospital Santo Ângelo, apresentando quadro hemorrágico.
De acordo com a prefeitura, foi ordenada retirada de amostra do sangue para dengue em função do alto número de casos no município. O teste positivo para a doença retornou nesta sexta do Laboratório Central do Estado (Lacen), confirmando que ela foi vítima de dengue. O caso é autóctone, ou seja, foi contraído na cidade onde ela morava.
Esta é a terceira morte pela doença na história do Estado, conforme a Secretaria Estadual da Saúde.
Dengue em Santo Ângelo
Santo Ângelo já tem 70 pessoas infectadas por dengue. Segundo Cavalheiro, a prefeitura está fazendo mutirões de limpeza para reduzir os casos:
— Nossa equipe de endemias está indo de casa em casa fazendo uma varredura nos domicílios. Naqueles casos com dengue positivo, temos aplicado o fumace. Também temos campanhas nos meios de comunicação local e redes sociais.
Dengue no RS
Os casos de dengue mais do que dobraram entre 29 de dezembro (início da contagem das semanas epidemiológicas) e 21 de março de 2020, em comparação com igual período do ano passado. O Estado já registra o período com o terceiro maior número de infectados dos últimos 10 anos, conforme dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
Segundo o último boletim epidemiológico, o Rio Grande do Sul tem 410 casos da doença, sendo 340 autóctones, ou seja, contraídos na cidade onde a pessoa reside. Setenta são importados. Outros 479 casos foram notificados e estão sob investigação.
Em 2018, não houve nenhum caso contraído no Rio Grande do Sul. Na década, o primeiro trimestre de 2020 só tem menos ocorrências da doença do que 2010 e 2016, anos em que a dengue mais avançou no Estado.
A região mais afetada por casos autóctones de dengue no Rio Grande do Sul é a Noroeste. O Estado não divulga o número de infectados por município, apenas as cidades de referência, onde há sede da coordenadoria de saúde. As áreas com mais casos confirmados são as de Palmeira das Missões (93 pacientes), Santo Ângelo (87) e Santa Rosa (82).