Ao final do primeiro final de semana de lockdown, o prefeito de Alegrete, Márcio Amaral, comemorou o resultado da iniciativa. Na noite deste domingo, ele salientou que houve autuações em bares, armazéns e restaurantes por desrespeito à ordem de fechamento, mas disse acreditar que a maior parte da população entendeu a necessidade de ficar em casa:
— Acho que deu certo. Pela manhã não se ouvia um carro na rua, só os passarinhos cantando.
Amaral, contudo, não descarta voltar a fechar a cidade outras vezes, caso haja aumento preocupante nas internações. Na quinta-feira, o município chegou a registrar 100% de ocupação da UTI dos leitos clínicos disponibilizados para pacientes de covid-19. No hospital de campanha erguido para enfrentar a pandemia, 20 dos 30 leitos também estavam ocupados.
— Vamos aguardar os próximos dias. Se a ocupação dos hospitais se mantiver em 50%, 60%, não precisa novo lockdown, mas tudo vai depender do comportamento das pessoas e do vírus. Foi bom fechar neste final de semana para que alguns entendessem a gravidade da situação – afirmou.
Para evitar aglomerações, patrulhas da Brigada Militar e da Polícia Civil acompanharam fiscais da prefeitura em vigília pela cidade. Houve autuações em estabelecimentos comerciais e de pessoas que circulavam sem máscara, além de muitas denúncias improcedentes. A maior parte das ocorrências foi registrada no sábado à noite.
— Hoje (domingo) foi bem mais calmo. Teve movimento nos parques, mas bem menos aglomerações — disse a coordenadora de fiscalização da prefeitura, Rosimere Martins.
Com cerca de 79 mil habitantes, Alegrete tem menos moradores do que o total de mortes no país pela covid-19. A cidade já registrou nove óbitos em decorrência da pandemia e, até sexta-feira (24), tinha 173 casos da doença, 52 deles ativos.