O perfil mais comum entre as vítimas do coronavírus até o momento no Rio Grande do Sul são homens de cor branca e idade acima de 60 anos.
Esses três critérios, combinados, correspondem a pouco mais de um terço dos 1.060 mortos registrados até esta terça-feira (14) no Estado — representam 35% das vidas perdidas.
A proporção de homens que morreram em razão da doença aumentou ligeiramente desde quando foi atingida a marca de 500 óbitos, em 22 de junho. Naquele patamar da pandemia, o sexo masculino respondia por 55% dos registros, percentual que nesse momento chega a 57%.
Pesquisadores ainda analisam por que o coronavírus atinge os homens com mais gravidade. A pesquisa Global Health 50/50, realizada recentemente em mais de 20 países, descobriu que ambos os sexos se contaminam com a mesma frequência, mas eles somam quase dois terços das mortes.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, as mulheres respondem pela maioria dos exames positivos para o novo vírus, somando 53% das confirmações, mas 43% dos óbitos.
Uma das possibilidades é que os homens infectados tenham condição prévia de saúde mais precária do que as mulheres. Mas estudos também investigam se o receptor de uma determinada enzima, mais presente no organismo masculino, poderia agravar a contaminação pelo coronavírus. Outra hipótese é de que o sistema hormonal feminino, responsável por um sistema imunológico em geral mais robusto, também consiga enfrentar melhor a covid-19.
Um levantamento realizado por GaúchaZH nos microdados dos mais de mil óbitos por covid indica ainda que, em média, as vítimas morreram duas semanas depois de sentirem os primeiros sintomas, e que a falta de ar foi a reclamação mais frequente — mais de 80% de quem viria a morrer devido à pandemia teve dificuldade para respirar.