Os bons resultados do uso do corticoide dexametasona no tratamento de pacientes graves da covid-19 no Reino Unido foi comemorado pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Em um informativo, a SBI descreve esta terça-feira (16) como um dia histórico no tratamento da doença e afirma que o medicamento é o primeiro tratamento farmacológico que mostrou impacto na redução da mortalidade.
"Como temos insistido desde o início da pandemia de COVID-19, os estudos clínicos RANDOMIZADOS e COM GRUPO CONTROLE é que devem nortear nossa conduta de 'como tratar COVID-19'", diz um trecho do documento, assinado pelo presidente da instituição, Clóvis Arns da Cunha.
Conforme o texto, o estudo da Universidade de Oxford comparou pacientes que receberam dexametasona por via oral ou endovenosa, uma vez por dia, ao longo de 10 dias, com aqueles do grupo controle. Os resultados mostraram que, no período de 28 dias, houve redução da mortalidade de 33,3%, nos pacientes em ventilação mecânica, e de 20% nos pacientes com oxigênio (fora da ventilação mecânica). Não houve diferença naqueles que não usavam oxigênio.
Com base nos resultados preliminares de Oxford, o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, anunciou nesta terça (16) que o Reino Unido começará a administrar imediatamente dexametasona em pacientes com a Covid-19 depois dos resultados desse estudo.
— Estamos trabalhando com o Serviço Nacional de Saúde para que o tratamento padrão contra a Covid-19 inclua a dexametasona a partir desta tarde — disse Hancock.
O governo começou a estocar o medicamento meses atrás, porque estava esperançoso sobre o potencial da droga, segundo Hancock, e agora tem mais de 200 mil doses à mão.