O Ministério da Saúde vai enviar 130 respiradores ao Rio Grande do Sul na próxima semana. Neste momento, 36,7% dos 1.938 respiradores disponíveis no Estado estão em uso. Além disso, a pasta investirá R$ 45 milhões para custear 314 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de 20 hospitais do Rio Grande do Sul. As novidades foram informadas pelo governador Eduardo Leite em live na tarde desta quinta-feira (11).
Boa parte dos leitos já era oferecida e custeada pelo governo do Estado. Agora, será paga pelo governo federal, o que contribui para poupar os cofres públicos gaúchos.
— Apesar das turbulências, o Ministério da Saúde está apoiando a habilitação de leitos e o repasse de recursos. Evidentemente, temos preocupação com trocas constantes de equipe, mas há suporte com recursos — afirmou o governador.
O governador ainda informou que o Estado mobilizou a iniciativa privada para custear o conserto de respiradores estragados de hospitais gaúchos. Foram identificados 254 respiradores com defeito – destes, 85 já receberam manutenção e estão à disposição para uso. O gasto médio de conserto foi de R$ 4,7 mil por respirador.
Segundo Leite, o Piratini optou por investir no conserto de respiradores, em vez de comprar novos, após identificar “preços muito elevados e falta de garantia de entrega”.
Sinal de alerta
O anúncio da ajuda do ministério em leitos e envio de respiradores ocorre em meio ao sinal de alerta aceso no Piratini, após a deterioração do cenário da pandemia nos últimos dias no Estado. Houve aumento nas infecções e mortes – com recordes diários de casos e vítimas fatais – e de internações em UTIs.
Reportagem de GaúchaZH mostrou que, um mês após a implantação do distanciamento controlado, iniciado em 11 de maio, a média de novos casos por dia quase triplicou em comparação aos 30 dias anteriores à aplicação do modelo de bandeiras: passou de 110,6 novos casos por dia para 292,5.
Crescimento menor ocorreu com mortos por coronavírus. A média de vítimas diárias, um mês após o distanciamento controlado, é de 5,3 por dia – no mesmo intervalo de tempo antes da estratégia, 4,5 pessoas morriam por dia. Nesta quarta-feira, foram registradas 14 novas mortes no Rio Grande do Sul, outro recorde.
Em boletim epidemiológico desta semana, a Secretaria Estadual da Saúde informou que o coronavírus agora está chegando à população menos escolarizada. Movimento semelhante já ocorre na Capital.
Porto Alegre bateu recorde nesta semana em número de internações por coronavírus em UTIs: na manhã desta quinta-feira (11), 81,5% dos leitos estavam ocupados – acima de 80%, o sinal de alerta é aceso. Em resposta, o prefeito Nelson Marchezan já suspendeu a abertura de novas atividades, mantendo o que já estava aberto.