A Universidade Federal de Santa Maria anunciou que vai começar a realizar, a partir de segunda-feira (4), exames para detectar a covid-19 em pacientes com a suspeita da doença. A capacidade será de até 150 testes por dia. Conforme o reitor da UFSM, Paulo Burmann, a compra de mais insumos já está encaminhada, para que quando o estoque atual termine, a produção não seja interrompida. Portanto, a projeção é que não haja escassez de exames a longo prazo.
Todos os insumos necessários para os exames chegaram na última quarta-feira (29), quando foram feitos todos os testes como calibragem dos equipamentos e percentual de confiabilidade dos resultados.
Esse exame é o considerado mais preciso, chamado RT-PCR, que analisa o material genético coletado do nariz ou da garganta das pessoas. Os testes serão realizados em pacientes internados em unidades de saúde da região central e, eventualmente, até de outras regiões do Estado, caso haja necessidade. Profissionais de saúde que atuam no enfrentamento da covid-19 que apresentem sintomas também terão prioridade.
Com a realização dos exames em Santa Maria, os resultados devem ficar prontos em, no máximo, 48h, mas em caso de urgência, poderá sair até no mesmo dia. Hoje, a espera é de cerca de uma semana, já que os exames são enviados ao Laboratório Central do Estado.
São vários setores envolvidos no projeto desde a coleta dos materiais genéticos, passando pela extração do RNA (ácido ribonucleico), que é transformado em DNA e ampliado para detectar ou não a presença do vírus. São eles o Laboratório de Bioreprodução Animal, o Laboratório de Virologia do Centro de Ciências Rurais, o Laboratório de Microbiologia do Centro de Ciências da Saúde e dois laboratórios da bioquímica do Centro de Ciências Naturais e Exatas, todos da UFSM, e o Laboratório de Análises Clínicas e Biologia Molecular do Hospital Universitário de Santa Maria.
O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho doaram cerca de R$ 200 mil oriundos de Termos de Ajustamento de Conduta para a compra dos insumos necessários para a realização dos exames.
_ É uma ação em conjunto com as demais instituições que ofereceram esses recursos que ajudam muito. Esses insumos são tão raros quanto respiradores, porque todo mundo está procurando. Agora, estamos com a estrutura pronta, com toda uma equipe montada. É uma lacuna importante que estamos combatendo, já que essa dificuldade de testagem é grande. Isso permite dar informações as autoridades de saúde com maior velocidade para que decisões e encaminhamento de pacientes sejam tomadas mais rápido_ afirma Burmann.
No campus da UFSM de Palmeira das Missões, por meio de parcerias com empresas, comunidade regional e prefeituras, os testes já estão sendo realizados desde o dia 24 de abril.