Pelo menos duas mil pessoas serão submetidas a testes para saber se estão infectadas com a Covid-19 em Santa Maria, na Região Central, nos próximos dois meses. Esse número de testes será aplicado somente por profissionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que vão fazer parte de um projeto com outras quatro universidades gaúchas. O objetivo é mapear o percentual da população do Rio Grande do Sul infectada pela doença e também outros índices, como velocidade de propagação de casos nas regiões do estado e também a letalidade.
A chegada dos testes em Santa Maria é aguardada para quinta-feira (9). A partir disso, em um primeiro momento, serão sorteadas 500 casas de várias regiões da cidade que receberão a vista da equipe para a realização de uma entrevista. Uma pessoas da família será sorteada para fazer o teste rápido. A expectativa é que em dois meses, sejam 2 mil testes realizados.
Conforme a coordenadora do Laboratório de Epidemiologia do Departamento de Saúde Coletiva da UFSM, a médica epidemiologista Marinel Dall'Agnol, esse estudo será importante para dar uma visão mais ampla do cenário da Covid-19 no município.
- É importante a gente conhecer a circulação do vírus a nível populacional, porque não temos essa informação, por isso é uma pesquisa inédita. A informação que temos são de casos notificados graves e de profissionais de saúde, porque a pandemia está em uma situação de transmissão comunitária. Não temos a informação de como o vírus circula, porque temos aqueles casos assintomáticos. Então, não temos a noção da prevalência de infecção do vírus e também daqueles casos leves e essa pesquisa vai trazer essa informação – explica.
Ao todo, 35 profissionais já graduados na área de saúde e que cursam pós-graduação na UFSM estarão nas ruas, devidamente protegidos com equipamentos, para realizar as entrevistas e os testes. A pessoa entrevistada terá garantido o sigilo e o direito de não querer participar da pesquisa.
A pesquisa em Santa Maria é capitaneada pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa e pelo Departamento de Saúde Coletiva por meio do Laboratório de Epidemiologia.