Diante da dificuldade em adquirir máscaras de proteção, o Ministério da Saúde fará uma campanha nas redes sociais para estimular a população a fazer suas próprias máscaras de pano, em uma espécie de barreira física contra o novo coronavírus. O objetivo é garantir uma alternativa de proteção e diminuir a corrida por esse tipo de produto, garantindo a oferta a profissionais de saúde. Na noite desta quinta-feira (2), a pasta já divulgou comunicado com recomendações sobre a confecção e o uso desse tipo de equipamento.
Um vídeo deve ser divulgado com orientações de como cada um poderá fazer sua máscara, nos moldes de um "faça você mesmo". E faz a máscara com o quê? Vale tudo, dirá o ministério na campanha, em etapa de produção.
"Desmanchar camisa velha, usar pedaço de tecido, calça antiga, cueca e até cortina, o que for", aponta.
A previsão é que a campanha seja lançada nesta sexta-feira (3). No material, o ministério vai recomendar que a população use máscaras de pano sempre que sair de casa e tenha uma reserva a tiracolo. Também é recomendável levar uma sacola para guardar a máscara suja quando precisar trocar.
A medida representa uma mudança nas orientações da pasta, que até então vinha recomendando que máscaras fossem usadas apenas por quem apresentava sintomas ou se sentisse em maior situação de risco.
O material também trará alertas. Um deles: a máscara é uso individual e não pode ser dividida com familiares. O uso deve ocorrer por apenas cerca de duas horas --depois desse período, é preciso trocar.Nesse sentido, o ideal, segundo alertará a pasta, é que cada pessoa tenha pelo menos duas máscaras de pano.
Para incentivar a adesão, a pasta fará uma campanha para que a população envie vídeos com o material que fizer. Nesta quinta-feira (2), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a citar o protocolo da pasta para indicar máscaras de pano a parte da população. O material foi publicado no site do órgão logo em seguida.
A medida ocorre em um contexto em que o ministério enfrenta dificuldade para obter equipamentos de proteção individual para oferta à rede de saúde, sobretudo máscaras. De acordo com Mandetta, secretarias de saúde já estão abastecidas, mas o risco de sobrecarga no sistema alerta para a possibilidade de falta desses equipamentos.
— É lutar com as armas que a gente tem. Não adianta agora ficar lamentando que a China não está produzindo. Nós vamos ter que criar as nossas armas e serão aquelas que nós tivermos — disse.