Lutar com as armas que se tem: esse foi o discurso do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na coletiva de imprensa de quarta-feira (1), para defender o uso de máscaras caseiras, feitas de tecido, pela comunidade. Em tom diferente do que estava sendo adotado até então, o ministro falou que a proteção por barreira é eficiente para frear a disseminação do coronavírus.
— Acho que máscaras de pano para comunitários funcionam muito bem como barreira. Não é caro de fazer, faça você mesmo. Tem na internet. E lave com hipoclorito, por 20 minutos. Tenha quatro ou cinco suas, para uso pessoal. Agora, é lutar com as armas que a gente tem — disse.
Na terça-feira (31), Mandetta já havia sinalizado que a pasta estudava uma mudança no protocolo de recomendação do uso do equipamento, ampliando sua indicação para uma maior parte da sociedade, e mencionou produtos feitos de TNT (tecido-não-tecido).
Questionado pela reportagem sobre essa alteração nas recomendações, o Ministério da Saúde respondeu, através de sua assessoria de imprensa, que recomenda que a população deixe as máscaras de proteção aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para serem usadas por hospitais, profissionais da saúde e pessoas que apresentem sintomas. “A pasta destaca que a máscara é uma barreira física e pode ser feita de pano por quem não tem outra alternativa. Dessa forma, muitas iniciativas pelo país estão surgindo como forma de garantir o abastecimento emergencial”, acrescenta a nota.
Sobre a eficiência dos materiais mencionados, tanto tecido comum como TNT, o Ministério informou que a avaliação deles fica a cargo da Anvisa.
No mesmo sentido do órgão brasileiro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, já sinalizou que estuda mudar suas orientações para o uso de máscaras para um maior número de pessoas. No entanto, a Organização Mundial da Saúde mantém a orientação do uso de máscaras somente por pessoas com sintomas da covid-19 ou para aquelas que cuidam de doentes.