Mais de 200 pessoas internadas na rede estadual de saúde do Rio, com sintomas de covid-19 ou confirmação de contaminação pelo coronavírus, aguardam transferência para leitos de UTI nas redes municipal, estadual ou federal. Com exceção do Hospital Regional Zilda Arns, no interior do Estado, todos os leitos exclusivos para a covid-19 estão ocupados, conforme informou a secretaria de Saúde à reportagem.
No momento, 773 pacientes estão internados na capital com sintomas ou confirmação da doença, sendo 261 em UTI. Unidades menores, como clínicas da família, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Coordenações de Emergência Regionais (CERs) estão lotadas, sem conseguir transferir pacientes.
O Rio ainda não tem hospitais de campanha em funcionamento. A secretaria estadual afirma que o primeiro, no Leblon, será inaugurado neste sábado (25), com 200 leitos, sendo 100 de UTI. Outra unidade, no Maracanã, com 400 leitos, tem previsão de abertura nos primeiros dias de maio.
Já o hospital de campanha da Prefeitura, no Riocentro, começará a funcionar no dia 1° de maio, segundo o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). A unidade tem 500 leitos disponíveis, sendo cem de UTI. As obras ficaram prontas no último domingo (19), mas o hospital ainda não está recebendo pacientes porque faltam funcionários e respiradores.
Crivella afirma que 200 respiradores e 40 monitores serão trazidos da China na próxima semana, em um voo da Vale. A Prefeitura ainda negocia outros voos para trazer mais 300 respiradores, 70 carrinhos de anestesia, 400 monitores e um milhão de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
A Prefeitura diz que está em processo de contratação temporária de mais de 5 mil profissionais da saúde. Crivella afirma que tem conversado com prefeitos de outras cidades e governadores de estados menos impactados pela covid-19 para trazer ao Rio os médicos necessários. Além da remuneração, será oferecido a esses profissionais estadia em hotéis enquanto estiverem trabalhando no hospital de campanha.