O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na manhã desta sexta-feira (13) que vai apresentar em 48 horas medidas econômicas para combater os efeitos do coronavírus.
Os comentários são uma resposta a declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que reclamou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, da demora do governo em apresentar iniciativas para empresas e a para a atividade do país em meio ao avanço da pandemia.
Quero atender o pedido do presidente Rodrigo Maia dizendo que estamos atentos, da mesma forma que ele pediu. Estamos reagindo em 48 horas — disse Guedes.
O ministro, no entanto, aproveitou para cobrar o Congresso sobre o avanço das reformas.
— Gostaria também que as principais lideranças políticas do país reagissem também com muita velocidade a nossas reformas para reforçar a saúde econômica do Brasil — afirmou.
Segundo o ministro, bancos públicos serão usados para ajudar empresas que eventualmente entrarem em dificuldades. Ele tem reunião nesta sexta com os presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e da Caixa, Pedro Guimarães. A expectativa é de um anúncio sobre medidas ainda nesta sexta.
Segundo o ministro, também estão sendo tomadas medidas de flexibilização de saques de recursos, como no caso do PIS/Pasep. Perguntado, o ministro não descartou medidas voltadas ao FGTS.
Na entrevista à Folha de S.Paulo, Maia disse que o governo tem de apresentar medidas de curto prazo para discussão do combate à crise causada pelo coronavírus. Segundo ele, a ausência desse tipo de proposta incomodou deputados e senadores que se reuniram com Guedes na quarta-feira (11).
— Guedes não tinha uma coisa organizada ou não quis falar. Se olhar os projetos, tem pouca coisa que impacte a agenda de curto prazo ou quase nada — disse.
As propostas econômicas em andamento no Congresso, listadas por Guedes em ofício enviado aos parlamentares na terça (10), segundo o deputado, não resolvem a turbulência dos próximos meses.
Para Maia, a reforma administrativa, ainda a ser enviada pelo governo, não é uma solução no momento.
— A reforma administrativa estar atrasada incomodava até 15 dias atrás — afirmou.
O presidente da Câmara disse ainda que terá sido "medíocre" se Guedes pensou em transferir a responsabilidade para os deputados sobre a solução da crise quando cobrou a votação da agenda:
— Não posso acreditar que um homem de 70 anos, com a experiência dele, tenha mandado isso com essa intenção. A crise é tão grande que a gente não tem direito de imaginar que o ministro da Economia de uma das maiores economias do mundo possa ter pensado de forma tão medíocre.
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