O coronavírus tem deixado um rastro de destruição. Atualmente, são contabilizadas 563 mortes e, aproximadamente, 28,2 mil pessoas foram catalogadas como infectadas pela doença. Na busca por algum fármaco que dê conta de frear a doença, pesquisadores recorrem a medicamentos contra o HIV, H1N1, ebola e até mesmo à medicina tradicional chinesa. As informações são do jornal Estadão.
A Tailândia, um dos 24 países afetados pela enfermidade, anunciou, no domingo (2), a melhora do estado de saúde de pacientes que foram tratados com um coquetel de medicamentos para o tratamento do HIV, somado ao de oseltamivir — utilizado por pessoas com H1N1. De acordo com o periódico, a combinação exata foi de lopinavir e ritonavir com o oseltamivir.
A mistura foi fornecida a pacientes em estado grave, incluindo uma chinesa de 70 anos, da cidade de Wuhan, epicentro da doença. Ela apresentou testes positivos para o vírus por dez dias e, dois dias após o tratamento, o resultado deu negativo para a doença. Os médicos do Hospital Rajavithi , em Bangcoc, onde o tratamento foi ministrado, ainda não consideram a opção como cura e dizem ser preciso fazer mais estudos para definir se este é um tratamento padrão ou não.
Segundo o jornal, entre dois pacientes que receberam o mesmo tratamento, um teve reação alérgica e outro melhorou.
Especialista ouvido pelo Estadão, o professor de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor clínico do Grupo Fleury, Celso Granato, afirma que alguns esquemas de tratamento são propostos para encurtar o processo de desenvolvimento de uma droga. Ou seja, dá-se o medicamento sem saber se ele é realmente indicado para aquilo.
No continente americano, os EUA trabalham com uma empresa farmacêutica que já desenvolveu tratamento para o ebola, para criar uma droga contra o coronavírus.
Na China, médicos também têm feito uso de medicamentos para HIV, tendo como base uma pesquisa de 2004. Este estudo apontou bons resultados em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou cerca de 800 pessoas em 2002 e 2003.
Além disso, autoridades têm recomendado a integração da medicina tradicional chinesa, por meio de substâncias que têm ingredientes antivirais ativos, e a medicina ocidental. Cientistas chineses já publicaram estudos sobre o uso da medicina tradicional chinesa para aliviar sintomas da Sars. Nesta quarta-feira (5), Pequim comunicou que um remédio para ebola, Remdesivir, será testado em ensaios clínicos.