O governo federal está acertando os últimos detalhes sobre a chegada dos brasileiros que serão repatriados de Wuhan, na China, epicentro da epidemia de coronavírus. Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, uma reunião nesta segunda-feira (3) trará as últimas definições sobre a operação.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Onyx afirmou que, no máximo na terça-feira, a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) sairá do Brasil para buscar o grupo. O avião fará escala, tanto na ida quanto na volta, em Israel.
— Qualquer aeronave vai fazer escala lá. Eles têm possibilidade de receber pessoas porque têm áreas de isolamento — disse o ministro (ouça a entrevista abaixo).
Onyx afirmou que ainda não há uma estimativa de qual será o custo da operação para trazer os brasileiros de volta ao país. Ainda conforme o ministro, uma das prioridades do governo é preparar "uma legislação específica de quarentena sanitária" para o grupo.
— Nesta manhã, entrou no nosso sistema uma proposta de medida provisória do Ministério da Saúde. Nós vamos acelerar a apreciação para, à tarde, ela já estar pronta. A gente colhe a assinatura (do presidente Jair Bolsonaro), dá entrada hoje, e amanhã ela deve ser votada na Câmara, em regime de urgência, e na quarta, no Senado — estimou.
O local para onde os brasileiros serão levados ainda não foi definido.
— Temos uma sinalização muito forte para Anápolis (Goiás), que no período do Césio (137), lá atrás (em 1987), foi uma área militar que trabalhou com a questão do isolamento (…) Mas não tem nada definido ainda. Há outras alternativas, inclusive no Sul do Brasil — disse o ministro, citando Florianópolis como uma das áreas cogitadas.
Onyx declarou que o número de repatriados deve oscilar "entre 30 e 40 pessoas".
— Desde ontem (domingo) a embaixada na China está trabalhando para fazer a identificação das pessoas que desejam voltar, sejam brasileiros ou com filhos brasileiros.
Pelo menos 45 brasileiros estão em Wuhan, grande parte a serviço da Petrobras. No fim de semana, um grupo fez apelo ao governo do presidente Jair Bolsonaro para serem repatriados.