O Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen-RS) será o próximo a ser capacitado para realizar testes de coronavírus. Até agora, o Lacen de Goiás é o único com infraestrutura para oferecer os exames, além dos institutos Fiocruz, Adolfo Lutz e Evandro Chagas.
A estruturação do Lacen gaúcho foi anunciada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (26), que confirmou o primeiro caso da doença no Brasil. Conforme Mandetta, o Rio Grande do Sul terá uma atenção especial do Ministério da Saúde devido ao clima do Estado e ao histórico de casos durante a epidemia da Gripe A, em 2009.
— Na época, foi o que teve mais casos, como também o maior número de mortos. Por ter um inverno rigoroso e as pessoas ficarem mais tempo em lugares fechados, o contágio é mais rápido — observa.
O ministro explica que Goiás recebeu a capacitação para realizar o diagnóstico por conta da repatriação de brasileiros que estavam em Wuhan, na China, considerado epicentro da doença. Eles ficaram em quarentena na base aérea de Anápolis.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), a estruturação do Lacen-RS consiste em implantar a técnica para a identificação do vírus pelo exame de carga genética – chamado de RT-PCR, que é a sigla em inglês para execução em tempo real da reação em cadeia da polimerase. “Para isso, o laboratório usa kits com material para ser usado como base. É necessária a aquisição desses kits, juntamente com a capacitação para a sua utilização”, explica a nota da SES.
O governo federal não determinou, ainda, o prazo para a entrega dos kits e o início dos testes pelo laboratório gaúcho. Na terça-feira, o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, já havia informado, durante entrevista ao Gaúcha Atualidade, que o Ministério da Saúde pretende ampliar a capacidade de laboratórios na Região Sul para testes de coronavírus, sendo o Rio Grande do Sul uma das prioridades.