Os passageiros do cruzeiro Diamond Princess começaram a desembarcar no Japão ao fim do período de quarentena decretado pelas autoridades. Ao todo, 542 casos de contágio por coronavírus foram registrados no navio.
A doença já provocou mais de 2 mil mortes na China. Conforme o último balanço, são mais de 74 mil infectados.
De acordo com o ministério da Saúde japonês, quase 500 passageiros sem sintomas devem desembarcar ao longo desta quarta-feira (19), após o isolamento de 14 dias. Eles não tiveram contatos com pessoas portadoras do vírus e apresentam resultados negativos nos exames.
— Estou aliviado. Quero descansar. A vida a bordo era cômoda, estou bem — declarou um japonês de 77 anos, que pretendia usar o transporte público para voltar para casa.
Vários ônibus da cidade de Yokohama e alguns táxis aguardavam os passageiros. Alguns acenaram para as pessoas obrigadas a permanecer na embarcação.
O número de infecções a bordo do navio de cruzeiro, atracado no porto de Yokohama, alcançou pelo menos 542 na terça-feira (18), o que provocou muitas críticas sobre a gestão da quarentena por parte das autoridades locais.
As 3.711 pessoas de 56 países a bordo faziam um cruzeiro pela Ásia. O passeio acabou virando um pesadelo em razão do medo de contrair uma pneumonia viral que pode ser fatal e o também do tédio por estar em confinamento em suas cabines — algumas delas sem janela — e com uma caminhada curta no convés como única distração.
"Mais uma vez nosso reconhecimento para a tripulação e o capitão por sua incrível atenção durante esta crise épica", tuitou Yardley Wong, confinado com seu filho de seis anos.
As autoridades anunciaram na terça, por meio de uma carta, a seguinte declaração: "Se você e sua companhia de cabine apresentam resultados negativos e não apresentam sintomas respiratórios ou febre podem se preparar para desembarcar". A operação deve demorar três dias.
David Abel, um passageiro britânico que ganhou fama com os vídeos publicados no início da quarentena, descreveu o estado de ânimo dos passageiros confinados.
— O mais duro é não saber o que vai acontecer. Começa a nos afetar mentalmente. É muito difícil se concentrar em algo — disse Abel, que, horas depois, anunciou que o exame de sua esposa, Sally, deu positivo.