Em entrevista nesta sexta-feira (28) ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, informou que a oferta de testes para coronavírus com resultado em 24 horas no Rio Grande do Sul será realidade até o inverno. Hoje, o tempo de espera pelo diagnóstico no Estado é de até três dias.
— O ministro (da Saúde, Luiz Henrique Mandetta) sabe da situação do Rio Grande do Sul, que sempre é o Estado que mais sofre com doenças respiratórias, e já liberou recursos para que o Lacen-RS (Laboratório Central do Estado do Rio Grande do Sul) seja capaz de fazer esse exame — garantiu Gabbardo.
O secretário-executivo não mencionou o valor necessário para a capacitação do laboratório para o teste, mas afirmou que já há autorização por parte do ministro Luiz Henrique Mandetta para a aquisição de equipamentos e insumos, além do investimento em gestão de pessoas. Os encaminhamentos serão feitos nos próximos dias, conforme o gestor.
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Caso o teste não detecte a contaminação por nenhuma dessas doenças, o material é encaminhado para um dos quatro laboratórios de referência: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ), no Rio de Janeiro, o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, o Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, e o Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás (Lacen-GO). A análise no Lacen-RS, o transporte e a investigação pelo segundo laboratório levam em média três dias para serem feitos.
Antecipação de inauguração
Além dos testes pelo laboratório gaúcho, Gabbardo estima que a colocação de equipamentos em um anexo do novo prédio do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) para o atendimento de pacientes com coronavírus seja concluída também até o início do inverno, em junho. Com isso, a abertura do espaço seria antecipada — inicialmente, está prevista para o fim de março.
O secretário-executivo afirma que os recursos não serão usados para mobiliar o novo prédio em sua totalidade, mas para viabilizar exclusivamente o atendimento a pacientes com coronavírus. Para tanto, o Ministério da Saúde irá averiguar quais equipamentos são necessários para a montagem de determinados leitos da unidade de terapia intensiva (UTI) e de uma enfermaria para pessoas que, mesmo contaminadas, não estejam em estado grave.
— O Clínicas se tornaria o hospital de referência do coronavírus na Região Metropolitana. Tínhamos antes o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e o Hospital Universitário de Canoas, mas esses hospitais já funcionam no seu limite, então, se colocar pacientes de coronavírus, teremos que tirar o atendimento de alguém para isto. No Clínicas, não, pois estaríamos só ampliando leitos — destaca Gabbardo.
Em balanço divulgado na quinta-feira (27), o Ministério da Saúde apontou 21 casos suspeitos de coronavírus no Rio Grande do Sul — no Brasil, eram 129 suspeitos e um confirmado.
Mapa do coronavírus
Acompanhe a evolução dos casos por meio da ferramenta criada pela Universidade Johns Hopkins: