O Ministério Público Estadual abriu um procedimento para buscar informações a respeito do surto de infecção intestinal que causou a morte de duas crianças em Santa Maria. De acordo com o órgão, a medida se deu a partir do pedido de familiares que apresentaram dúvidas quanto às informações que foram repassadas até o momento.
Conforme o promotor Joel Dutra, esse foi um primeiro passo em busca das informações sobre o surto. Foram solicitados, segundo ele, dados sobre a investigação da doença para instituições de saúde como prefeitura, Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen) e Vigilância Sanitária:
— Os pais estão bastante preocupados, porque consideram que não estão sendo devidamente informados. Abri esse procedimento para coletar informações dos órgãos para saber o que está sendo feito para investigar o que aconteceu e também para evitar que o surto continue. Acertei com eles que eu coletaria essas informações, repassaria e também analisaria quais providências seriam tomadas a partir disso.
O procedimento foi aberto ainda na quarta-feira (8). Foi dado o prazo de 10 dias a contar do recebimento para o envio das informações ao Ministério Público.
Encerramento do surto
Conforme boletim divulgado pela prefeitura há uma semana, quando a administração também oficializou o encerramento do surto, de 26 de dezembro de 2019 a 1° de janeiro deste ano, 1.522 pessoas procuraram as redes pública e privada de Santa Maria com sintomas como diarreia e dor abdominal. Levantamento anterior apontou que, entre 24 e 26 de dezembro do ano passado, outros 269 pacientes foram atendidos com os mesmos sintomas.
Contudo, foram confirmados seis casos de gravidade, sendo dois deles das duas crianças – de 4 e 5 anos – que morreram. Além desses, são contabilizados o caso de uma mulher que foi internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital de Caridade e recebeu alta no dia 28 de dezembro, e mais três crianças que manifestaram os sintomas, já receberam tratamento adequado e estão bem.