O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira (30) que o país registrou o primeiro caso de transmissão interna (autóctone) do novo coronavírus. Além deste, o país tem outros quatro casos confirmados, de pessoas que viajaram para a China.
O paciente seria um residente de Chicago, cuja esposa viajou para Wuhan, na província de Hubei, na China, e voltou contaminada. Hubei é o epicentro do surto e registrou 162 das 171 mortes já confirmadas pela doença.
— A segunda pessoa em Illinois que testou positivo para o novo coronavírus é um morador de Chicago e é o marido do primeiro caso: uma mulher que foi infectada na China — explicou Robert Redfield, diretor do CDC.
Esse primeiro caso confirmado no Estado de Illinois, onde fica Chicago, foi o de uma sexagenária que havia viajado recentemente para Wuhan, a cidade chinesa onde a epidemia de coronavírus começou. O marido não viajou para o país asiático.
— Sabemos que isso pode parecer preocupante — declarou Redfield, ressaltando, porém, que o "risco imediato para os americanos é baixo".
— Não está se espalhando pela comunidade. Não consideramos que a população esteja em risco — disse Ngozi Ezike, diretora de saúde pública de Illinois.
A mulher continua hospitalizada e "está bem", seu marido foi hospitalizado recentemente e "está estável", segundo Jennifer Layden, diretora médica do estado de Illinois.
O número de pacientes contaminados aproxima-se de 7,7 mil na China continental, muito acima das 5.327 pessoas infectadas em 2002 e 2003 pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, sigla em inglês). Há quase 20 anos este coronavírus deixou 774 mortos no mundo, 349 deles na China.
Wuhan, uma metrópole de 11 milhões de pessoas na região central da China, está em quarentena e isolada do mundo há uma semana, assim como quase toda província de Hubei. As 56 milhões de pessoas que vivem na área isolada, o que inclui milhares de estrangeiros, não podem sair da região.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), que fez um apelo para que o mundo inteiro atue na questão, fará uma reunião nesta quinta-feira para determinar se a epidemia constitui uma emergência sanitária internacional.