O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou nesta segunda-feira (26) a coleta de dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019. Ao todo, 1,2 mil entrevistadores visitarão 108,5 mil domicílios de 2.167 municípios de todo o país.
Este é o segundo levantamento da PNS, que foi feita pela primeira vez em 2013, em parceria com o Ministério da Saúde. Nos anos de 1998, 2003 e 2008, o IBGE incluiu um suplemento de saúde na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). A expectativa é de que a PNS seja feita a cada cinco anos.
Segundo o IBGE, esta é a maior e mais completa pesquisa sobre saúde já feita na América Latina. A gerente da PNS, Maria Lúcia Vieira, disse que o objetivo é retratar a situação da saúde do país, além de levantar indicadores para o acompanhamento de políticas públicas para avaliação de programas existentes e implantação de novos.
— Ela traz uma infinidade de informações e de indicadores voltados para a área de saúde. Indicadores sobre a procura de atendimento por uma pessoa, se tem esse atendimento, como está a questão de doenças crônicas, que são uma das maiores causas de morte no país. A questão dos acidentes com a Lei Seca, que é uma política que foi implementada: a gente pergunta se a pessoa dirige depois de consumir álcool — acrescentou Maria Lúcia.
Entre as novidades da PNS este ano, estão a inclusão de perguntas sobre violência sexual, física e psicológica, um questionário sobre atividade sexual, que será feito somente para maiores de 18 anos, um módulo sobre o pré-natal do pai, para saber se ele participou dos exames ou se sabia que poderia acompanhar, e perguntas sobre as condições e relações de trabalho.
— A pesquisa é feita a cada cinco anos. Então, não é tão rápida. A prevalência de tabagismo precisa ser acompanhada para ver se diminuiu, porque tem uma política de controle do tabagismo. Doenças crônicas também. É muito difícil conseguir esses dados em registros administrativos. Violência, que muitas vezes não tem registro na polícia. A depressão, vamos fazer uma escala, mesmo que a pessoa não tenha o diagnóstico, ela pode ter os sintomas — disse a gerente da pesquisa.
Uma subamostra de 5.575 domicílios também será selecionada para fazer a antropometria, ou seja, medição de peso e altura. Maria Lúcia ressaltou que, apesar de a pesquisa trabalhar com amostra, a seleção por critérios estatísticos permite que os dados sejam representativos de todo o país.
Os moradores dos domicílios selecionados para participar da PNS serão informados com antecedência por meio de uma carta enviada pelo IBGE e poderão entrar em contato com o instituto para verificar a veracidade da pesquisa e a identidade do entrevistador.
— Pedimos muito a colaboração da população, porque a população é que nos dá o maior insumo. Sem a colaboração, não conseguimos fazer o nosso papel, que é retratar o país e dar todas essas informações importantíssimas na área de saúde — afirmou Maria Lúcia.
A coleta de dados vai até fevereiro de 2020, e os primeiros resultados devem ser divulgados em 2021. As informações prestadas pela população são sigilosas e só serão computadas para fins estatísticos.
Políticas
Conhecer a realidade da saúde da população é o primeiro passo para elaborar políticas para a área, disse o diretor de análise em saúde do Ministério da Saúde, Eduardo Macário.
— A Pesquisa Nacional da Saúde vai fazer um levantamento profundo sobre toda a situação de saúde da população, inclusive identificando o acesso dos brasileiros aos serviços de saúde. Com isso, além de avaliar o estado atual de saúde da população, conseguiremos planejar pelo menos os próximos 10 anos das ações do Ministério da Saúde, junto com Estados e municípios.