Esta quarta-feira (22) marca o Dia Mundial da Pré-Eclâmpsia, criado com o objetivo conscientizar a população e profissionais da saúde sobre os riscos da doença. Sonhada por muitas mulheres, a gravidez pode reservar algumas surpresas indesejadas. É o caso de problemas que surgem durante a gestação, mas tendem a desaparecer após o nascimento do bebê. De acordo com a ginecologista e obstetra Ivete Teixeira Canti, de 10% a 15% das futuras mães apresentam complicações no período. Entre os quadros mais prevalentes, segundo Ivete, está a pré-eclâmpsia.
A hipertensão gestacional pode causar uma série de doenças que atingem o feto e a gestante. A mais importante delas é a pré-eclâmpsia, diagnosticada quando a pressão aferida é de 14/9 (a pressão considerada normal é 12/8), associada à urina com perda de proteína. Pressão ainda mais alta, acima de 16/11, e alterações nos exames de fígado, plaquetas e rins sinalizam um caso grave da doença, normalmente, relacionado a um pré-natal deficiente ou tardio.
O problema é mais frequente nos últimos dois meses de gestação, mas pode aparecer a partir das 20 semanas, muitas vezes sem sintomas. Dores fortes de cabeça e de estômago, alterações visuais (enxergar pontos brilhantes), mal-estar, náuseas e vômitos são sinais que costumam aparecer quando o quadro já é mais grave. É fundamental procurar um médico.
Para tratar a doença, a única solução é o nascimento do bebê. Na maioria dos casos, a mulher deve ficar hospitalizada e passar por constantes avaliações.
— A paciente deve ficar internada porque é uma doença de evolução imprevisível. E, como não tem cura, espera-se a maturidade mínima do nenê para o seu nascimento — explica Ivete.
A causa do problema é uma incógnita na medicina. O que se sabe é que a pré-eclâmpsia está relacionada a problemas na formação da placenta. Alguns fatores contribuem para a doença: histórico familiar (mãe ou irmã que tiveram o problema) ou da doença em outra gestação, diabetes, obesidade, hipertensão prévia e ser a primeira gravidez de um parceiro.
Depois do parto, a tendência é que a pressão volte ao normal. Mas ainda pode haver piora no quadro da mãe, que deve permanecer internada por alguns dias. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna e fetal do mundo.