Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriram um novo vírus em circulação no estado do Rio: o mayaro, um primo do chikungunya, que causa sintomas parecidos nas pessoas infectadas, como dores intensas nas articulações. O achado dos cientistas reforça as preocupações com a proliferação do vírus, originário da Amazônia, nas grandes cidades. As informações são do jornal O Globo.
Os pesquisadores alertavam desde 2015 para os riscos do vírus silvestre se estabelecer em grandes cidades. Transmitido originariamente por mosquitos florestais Haemagogos, os mesmos da febre amarela silvestre, o mayaro começou a se adaptar às cidades. Antes, havia registro de casos isolados no Norte e no Centro-Oeste. Assim como nas pessoas com chikungunya, não existe vacina ou tratamento.
Segundo a reportagem de O Globo, testes de laboratório mostraram que o vírus pode ser transmitido também pelo Aedes e até pelo pernilongo comum. Coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ, Amílcar Tanuri afirma que isso potencializa o risco de epidemia.
Os pesquisadores identificaram três casos de pessoas com o vírus no Estado. Todos são autóctones, ou seja, de infecção no Rio de Janeiro.
— O sofrimento dos pacientes e o tratamento são os mesmos. O que muda é a dificuldade de controlar epidemias, com mais um vírus em circulação — explica Rodrigo Brindeiro, um dos autores da descoberta e coordenador da Rede Zika da UFRJ.