Depois de um novo caso suspeito de meningite em São Leopoldo, o município comunicou algumas mudanças. Conforme o prefeito Ary Vanazzi, todas as escolas municipais terão revisão das carteirinhas de vacinação e as pessoas que tiveram contato com a segunda vítima da doença estão sendo convocadas para tomar um medicamento profilático.
Na manhã desta quarta-feira (3), ao GaúchaZH, Vanazzi garantiu que a prefeitura tem feito esforços para acelerar o processo de reabastecimento das vacinas e para conseguir mais profiláticos junto à Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Por que houve uma mudança na postura da prefeitura em relação ao problema?
Mudamos o tom por causa de uma irresponsabilidade que criou um clima de terror na cidade. Havíamos determinado o que iríamos fazer da mesma forma, só que o processo estava mais lento.
Um outro caso suspeito de meningite foi registrado ontem. Já há confirmação?
Esse caso é de uma menina que foi hospitalizada (na terça-feira) de manhã cedo e os primeiros testes não confirmaram nada. Até a 0h (desta quarta-feira), não tínhamos a confirmação.
E o que mudou?
Vamos dar profilático para todas as crianças e demais pessoas que tiveram contato com a adolescente nos últimos 10 dias: time de futebol, família, escola, banda, igreja. Vamos fazer isso entre hoje (quarta-feira) e amanhã (quinta-feira). Outra questão é que esse medicamento é liberado pelo Estado conforme há necessidade. Como esse caso duplicou e triplicou, precisamos com mais urgência. Estou indo na Secretaria Estadual da Saúde (SES) nesta manhã, sem nem ter agendado, para pedir agilidade. Também estamos com uma ação em todas as escolas municipais solicitando aos pais as carteiras de vacinação dos filhos. Apesar de que isso é uma prática do município já: toda vez que é feita a matrícula ou rematrícula, solicitamos a carteira. Hoje, na rede municipal, tenho certeza que 90% das crianças têm as vacinas em dia. No entanto, estamos fazendo isso para dar mais tranquilidade.
Todas essas medidas são referentes somente à meningite C, correto?
As pessoas estão confundido a questão da meningite B, que não tem remédio pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem que ser produzido conforme a necessidade, pois o vencimento é curto. Queremos ressaltar que não tem surto de meningite na cidade. Em 2015, tivemos quatro casos da B e nem por isso virou surto. E, no caso específico do bebê, já passou o tempo de incubação e não tivemos novos casos, portanto, estamos tranquilos quanto a este sorotipo.
Qual é a nova orientação à população?
Estamos pedindo que as famílias olhem a carteira da criança e, se faltar alguma vacina, que procurem os postos de saúde sem atropelo e sem correria. É um bom momento de retomar a importância da vacina. Há alguns anos, começou a discussão de que as doses não teriam eficácia e muitas pessoas deixaram de ser vacinadas. Todos os anos, fazemos o dia D de vacinação e temos muita dificuldade de atingir a meta de cobertura porque a população não vai.
E quem teve contato com a menina que morreu, o que deve fazer?
Deve procurar a escola onde ela estudava para utilização do profilático.
Algumas pessoas reclamam da falta de vacinas nos postos. Qual é a situação atual?
Vacina tem, mas com essa situação se criou um pavor e as pessoas correram de um dia para o outro aos postos. Só que nós recebemos as doses do Estado. Na normalidade, tínhamos a vacina, mas houve essa correria e precisamos repor. Talvez em alguns locais não tenha a vacina. Agora pela manhã faremos o levantamento.
O que deverá ser tratado no encontro com a SES?
Queremos acelerar a entrega do profilático e das vacinas. Também queremos conversar para ter uma ação mais rigorosa. A escola onde essa menina estudava era estadual, e o Estado não exige a carteirinha de vacinação. Temos a meningite C no município e estamos fazendo os procedimentos profiláticos e buscando vacinas. A população não precisa entrar em pânico, pois todos os anos registramos casos de meningite.