Porto Alegre registrou o primeiro caso de dengue contraída dentro da cidade em 2019. A doença já vinha se espalhando pelo Estado e, agora, são 10 os municípios onde houve casos autóctones (contraída no próprio local) neste ano — contaminações que não ocorriam desde dezembro de 2017. No total, são 25 casos, sendo 15 importados.
A doença foi contraída por um morador do bairro Rubem Berta que começou a apresentar os sintomas em 22 de fevereiro, mesmo sem histórico de viagem, o que indica que foi contaminado na cidade. O homem está usando repelente e se recupera bem.
Para tentar conter o avanço da doença, equipes de Vigilância em Saúde preparam uma ação de aplicação de inseticida em um raio de 100 metros da casa dele. O procedimento evita que o mosquito Aedes aegypti pique a pessoa infectada e "carregue" a doença para outra pessoa por meio da picada.
— Além do bloqueio com inseticida, os agentes também passam nas casas procurar por focos do mosquito, educar os moradores sobre a doença e identificar se há mais pessoas infectadas. É um trabalho (de conscientização) permanente que, agora, precisa ser intensificado ainda mais — explica o médico Benjamin Roitman, da equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis.
Nesta quarta-feira (6), um documento foi encaminhado à rede de saúde da Capital, informando sobre o aparecimendo do caso autóctone e reforçando a importância de notificação imediata de todo casos suspeito de dengue, zika ou febre chikungunya. O objetivo é fazer com que os médicos fiquem mais sensíveis ao diagnóstico e atentem para sintomas característicos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Aumento de casos preocupa Secretaria Estadual da Saúde
O número de casos confirmados de dengue e zika vírus contraídos dentro do Rio Grande do Sul em 2019 preocupa a Secretaria Estadual de Saúde. Há receio de que, com a confirmação de casos autóctones, mais pessoas acabem se contaminando pelas doenças nos próximos meses.
Além de Porto Alegre, os municípios onde foram registrados casos autóctones são Panambi (dois casos), Cândido Godói, Erval Seco, Marau, Santo Antônio das Missões, Ivoti, Glorinha e São Borja.
O alto número de casos de 2019 na comparação com a mesma época de 2018 é atribuído ao calor forte e umidade. No ano passado, houve estiagem no período, enquanto, em 2019, há altas temperaturas e períodos de chuva.
Prevenção e cuidados
Os sintomas de dengue e febre chikungunya são muito parecidos e incluem febre alta de início súbito, que pode ser acompanhada de dor de cabeça e exantema (manchas vermelhas na pele). No caso da dengue, pode haver dor atrás dos olhos, náuseas e vômitos. O zika vírus é caracterizado também por manchas na pele, e pode haver febre baixa.
Com hábitos diurnos, o mosquito Aedes aegypti tem, em média, menos de um centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo. Para se reproduzir, ele precisa de locais com água parada, onde deposita os ovos. A Secretaria Estadual de Saúde faz recomendações para evitar a reprodução do mosquito:
- Tampar caixas d'água, tonéis e latões.
- Guardar garrafas vazias viradas para baixo.
- Guardar pneus sob abrigos.
- Não acumular água nos pratos de vasos de plantas e enchê-los com areia.
- Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises.
- Manter lixeiras fechadas.
- Manter piscinas tratadas o ano inteiro.